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Polícia apura outra extorsão contra o padre
O suspeito é Marcos José de Lima, que é ligado ao ex-interno da Febem preso na última sexta em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
passou a investigar ontem uma
suposta segunda extorsão contra o padre Júlio Lancelotti, 58.
O novo suspeito de exigir dinheiro do religioso é Marcos
José de Lima, um conhecido do
ex-interno da antiga Febem
(Fundação Casa) Anderson
Marcos Batista, 25, preso na última sexta-feira sob acusação
de extorquir grandes quantias
do padre, sob ameaças.
Foi o padre quem procurou a
polícia, em agosto, para denunciar Batista -que, após ser preso, alegou ter feito sexo com o
religioso em troca de dinheiro.
À época da suposta extorsão
praticada por Lima, Lancelotti,
segundo a Folha apurou, chegou a pedir ajuda da Polícia Civil. Como o padre não quis registrar formalmente a denúncia contra Lima, a investigação
não prosseguiu.
Lancelotti procurou então
alguns conhecidos na Polícia
Militar e eles foram atrás de Lima, que acabou preso.
Ele é suspeito de ter conhecido Batista quando comprava
drogas com ele. A Folha não
conseguiu localizar Lima.
Agora, a Polícia Civil quer
encontrar Lima e descobrir se
ele teria sido levado à prisão
sob a acusação de injúria por
ter xingado uma pessoa.
De acordo com investigadores, Lima ligou de uma penitenciária de Hortolândia (105
km de SP), onde usava um telefone celular na cela. Ele teria
voltado a ameaçar o religioso e
a pedir dinheiro para não revelar um suposto relacionamento
entre o padre e Batista.
O advogado do religioso, o
ex-deputado Luiz Eduardo
Greenhalgh, foi procurado nos
últimos dois dias, mas não
atendeu aos recados. O padre
também não quis falar.
À polícia, o padre disse que
Batista e a mulher, Conceição
Eletério, passaram à extorsão
após alguns anos de ajuda financeira voluntária.
Lancelotti disse ter entregue
dinheiro ao grupo por medo de
ser agredido e por ter esperança de conseguir mudá-los.
PMs interrogados
Hoje, os PMs Luiz Carlos
Mariano e Umberto da Silva
Braga serão interrogados no inquérito que investiga a extorsão contra o padre.
Eles terão de explicar como o
ex-interno fugiu do 9º DP (Carandiru) na madrugada do último dia 14, mesmo com a prisão
decretada em 9 de outubro.
Batista foi levado para lá depois que a Pajero comprada por
ele, com dinheiro de Lancelotti,
foi achada numa rua.
O delegado responsável pelo
caso, André Luiz Pimentel
Queiroz, disse que "os PMs foram induzidos ao erro". "O
mandado de prisão contra Batista ainda não constava na
central de processamento de
dados do governo naquela madrugada do dia 14", afirmou
Queiroz.
(ROGÉRIO PAGNAN, ANDRÉ CARAMANTE E KLEBER TOMAZ)
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