DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os legistas que participaram da exumação do corpo da modelo Cristiana Ferreira -que ocorreu no último dia 19- divergem sobre a existência de sinais que indiquem que a moça tenha sido agredida antes de sua morte.
Depois de analisar os restos mortais da modelo, o perito Roberto Pereira Campos, da Universidade Federal de Minas Gerais, anunciou que havia encontrado mostras de violência no corpo de Cristiana.
Tais mostras de violência seriam infiltrações nos ossos da face, indícios de que ela teria tomado pancadas no rosto. Além disso, segundo Campos, havia sinais de fratura no nariz, marcas de defesa nos membros superiores e indícios de asfixia.

Discordância
Ao contrário do que diz Campos, o perito Ernane José Costa, que trabalha para o IML (Instituto Médico Legal) e para o Ministério Público, afirmou que a estrutura óssea na face da modelo estava intacta.
"Tudo o que foi constatado até o momento apenas reforça o primeiro laudo de necropsia [que indicou o suicídio por envenenamento como causa da morte]."
Segundo ele, a coloração azulada das extremidades de Cristiana, apontada como provável sintoma da asfixia pelo perito da UFMG, pode ter sido provocada pela ingestão do veneno.
Campos se irritou com as afirmações de Costa e disse que "tem mais experiência que o perito do IML e que já examinou mais de 2.000 casos semelhantes". "Realmente a coloração azulada pode confundir pessoas menos experientes, mas há sinais que comprovam a asfixia", disse.
Esses supostos sinais de agressão não alteraram a versão da Polícia Civil, que continua acreditando que a morte tenha sido por suicídio. "A morte por envenenamento é lenta e dolorosa. Ela [Cristiana] poderia ter pedido ajuda, mas não o fez", disse o delegado Alexandre Liberal, da Delegacia de Crimes contra a Vida.
(PP e LW)


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