São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 2002

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OUTRO LADO

Petebista diz que vai pedir reparo de sua honra

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O futuro ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, após ser ouvido como testemunha no inquérito, disse, em rápido pronunciamento à imprensa, que dá o caso por encerrado e que vai buscar reparar sua honra e a de sua família.
"Trata-se de uma enorme injustiça, que eu posso debitar a uma fantasia que a família [da modelo] fez a partir da situação que a referida Cristiana [Aparecida Ferreira] falava no passado ou a uma armação para atingir profundamente a minha honra (...) e a minha família. Portanto estou encerrando esse assunto porque meu depoimento foi categórico, assim como o da minha mulher [Sheila Mares Guia]."
Mares Guia reafirmou aos promotores que foi interpelado, há cinco ou seis anos, por Cristiana no aeroporto em Belo Horizonte com um pedido de audiência. O encontro foi marcado para semanas depois. Ele disse não ter atendido o pedido da moça, que queria emprego na Câmara dos Deputados.
Mares Guia estava acompanhado do ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira e do ex-procurador-geral de Justiça de Minas Castelar Guimarães Filho.
O promotor Francisco de Assis Santiago disse, após o depoimento, que "tudo leva a crer" que as autoridades não tiveram envolvimento com a morte da modelo. "Tudo leva a crer que estiveram [com Cristiana], conheceram, receberam em audiência, mas daí a entender que eles poderiam estar envolvidos na morte seria leviano em afirmar", declarou.
Em nota, o vice-governador Newton Cardoso se disse surpreso por seu nome ter aparecido nos depoimentos. Afirmou que não conheceu Cristiana e disse ter provas de que não estava em Belo Horizonte quando da morte da modelo.
Henrique Hargreaves, à Promotoria, afirmou que Cristiana o abordou na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A moça teria insistido para que marcasse uma audiência, o que acabou sendo feito.
Cristiana, segundo Hargreaves, pediu que o irmão, um funcionário da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), fosse transferido para Belo Horizonte. O secretário afirma ter encaminhado o pedido ao presidente da estatal, Djalma Bastos de Morais.
Aos promotores, Morais disse que recebeu a moça em seu gabinete a pedido de alguém da Casa Civil, que seria "provavelmente" Hargreaves. Confirmou que o interesse era a recolocação profissional.


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