São Paulo, segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

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Carrinhos de chope causam discórdia

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL A BARRA DO SAHY

Novidade no litoral norte de São Paulo -e, com ela, uma nova discórdia. Carrinhos de uma famosa marca de cerveja, parecidos com aqueles de picolé, começaram a vender chope no último sábado em São Sebastião.
Resultado: barraqueiros instalados ali há mais de dez anos estão para lá de insatisfeitos e vêem concorrência desleal no novo negócio.
A bebida, vendida supergelada em um copo de isopor de 400 ml, a R$ 4, caiu no gosto dos banhistas.
Lançados nas badaladas (e caras) praias da Baleia e Barra do Sahy, os carrinhos de chope devem se espalhar por Juqueí, Maresias, Boiçucanga, Barra do Una e Camburi nos próximos dias.
O movimento contra a novidade é liderado pelos barraqueiros Helô, Zé e Serginho, velhos conhecidos dos veranistas e donos de casas na Barra do Sahy. "Trabalhamos o ano inteiro esperando por essa época, aí aparece isso e acaba com a gente. Vou ter de demitir alguns empregados [ela tem ao menos uns 12]", diz Heloísa Pereira da Silva, da barraca da Helô.
"Quem tomava cerveja agora vai preferir tomar chope. Estamos muito chateados", afirma Sérgio Leal, da barraca do Serginho.
"Cada um tem seus interesses. Assim como todos, preciso trabalhar. E geramos ao menos 15 empregos em cada praia", responde Henrique Estavski, dono de uma loja de decoração, filho da dona do supermercado local e coordenador da promoção dos carrinhos de chope.
Ele diz ter alvará da prefeitura para realizar o serviço, mas mostra apenas um e-mail como suposta autorização. Os barraqueiros têm licença para funcionar e são controlados, por exemplo, no número de empregados.
A estimativa de Estavski é vender 120 copos (um barril de 50 litros) por carrinho. O serviço também é oferecido para quem faz churrasco em casa, por R$ 550 o carrinho.
A oferta de chope na praia se aproveita da falta de regulamentação para venda de bebida alcoólica em locais públicos. Se a promessa do ministro José Gomes Temporão (Saúde) de restringir o álcool vingar, este deve ser o último verão com venda livre de bebidas na praia.
"Gostei de idéia. O consumidor precisa ter opções", diz o publicitário André Romano, um dos primeiros a provar a novidade.


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