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Brasileiro é condenado à prisão nos EUA

Eduardo Leme de Oliveira é acusado de participar da morte do namorado de uma amiga, que tinha uma amante

Ele nega acusação, mas versão das amigas afirma que ele matou para ajudá-las; pena é de 25 anos de prisão

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Um brasileiro de 40 anos é acusado de estar envolvido numa trama de cinema nos Estados Unidos, numa história de traição e morte.

Duas lésbicas mexicanas participam do assassinato do namorado de uma delas, supostamente ciumento e violento, e um dos acusados pela morte é um amigo, acusado pela Promotoria de ser um homem frio.

O brasileiro Eduardo Leme de Oliveira, 40, foi condenado na sexta-feira, em Hidalgo County, no Texas, a 25 anos de prisão por homicídio.

Ele foi acusado de ter participado do assassinato de Juan Antonio Morales, planejado por um casal de lésbicas e ocorrido em 2008.

Também foi condenado a pagar multa de US$ 5.000 (cerca de R$ 9.000).

Oliveira confessou que estava presente na cena do crime, mas afirmou que não atirou contra a vítima, morta com quatro tiros em outubro daquele ano.

Mesmo assim, segundo a promotora Hope Palacios, os jurados entenderam que ele era culpado pelos disparos.

"Ele concordou em matar. Acreditamos que foi ele quem cometeu o crime", disse a promotora à Folha.

CONDENADAS

De acordo com a promotora do caso, a namorada da vítima, Julissa Gonzales, 26, confessou ter participado do crime em maio de 2009.

Ela recebeu pena de prisão por dez anos e está reclusa. A amante, Enedelia Canales, 22, cumpre pena de 19 anos de prisão desde então.

Palacios afirmou que, nos testemunhos, as duas acusadas alegaram que não deram dinheiro a Oliveira para que matasse a vítima e que também não tinham nenhum envolvimento amoroso ou sexual com o brasileiro, mas que ele queria ajudá-las.

DEFESA

O advogado de Oliveira, Rene Flores, informa que seu cliente não decidiu se vai recorrer da sentença.

Oliveira tem direito a tentar liberdade condicional a partir de 2024.

"A sentença não foi justa. Foi exagerada."

À reportagem, Flores disse que Canales, a amante da namorada da vítima, alegou no processo que Oliveira se ofereceu para matar Morales sem receber nada em troca, apenas porque a moça, que era sua amiga, estava chateada com a suposta violência sofrida pela amante.

O advogado contesta a versão. De acordo com ele, no dia do crime o cliente recebeu um convite de Canales para ir a um lugar afastado, sem saber que se planejava o assassinato.

Flores afirma que Oliveira se negou a disparar contra a vítima.

"Meu cliente tinha uma profissão e era bom no que fazia. Ele não mataria", disse o advogado.

As mulheres que agora estão presas trabalhavam em um restaurante frequentado por Oliveira, cuja profissão era treinador de cavalos.

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