Que furada

Em apenas quatro dias, 34 pessoas relataram problemas de rompimento nos preservativos do modelo Turbo, da Blowtex. Isso levou a empresa a anunciar anteontem o recall de 116 mil unidades.

O problema foi detectado neste mês no lote 16JUN11-B do modelo que promete dar aos casais "uma contração excitante e estimulante durante a relação".

O lote, que agora ameaça dar dor de cabeça, começou a ser vendido em novembro.

A recomendação de especialistas em direito do consumidor para quem se sentir lesado é guardar embalagem e nota fiscal como garantia contra problemas -que podem ir da gravidez indesejada a doenças sexualmente transmissíveis como Aids.

Diretora de atendimento ao consumidor do Procon-SP, Selma do Amaral diz que, assim que um produto é colocado no mercado, o fornecedor se responsabiliza por todo dano decorrente do uso.

Assim, quem se sentir lesado após usar um preservativo pode exigir reparação. "O consumidor tem que mostrar o vínculo entre o dano causado a ele e o defeito."

Ela destaca, no entanto, que a camisinha não é um método 100% seguro. "Elas podem estourar, e muitas vezes [isso ocorre] devido ao mau uso. Se dissermos que não, todo mundo vai querer responsabilizar o fabricante."

Já a advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Mariana Ferreira Alves diz que, como o consumidor é o lado mais fraco na relação de consumo, o código do consumidor prevê a inversão do ônus da prova.

"O próprio recall serve como uma das provas de que a empresa pôs no mercado um produto que não deveria."

Para quem teve problemas, André Lomar, infectologista do hospital Albert Einstein, diz que o Ministério da Saúde oferece tratamento preventivo. "O ideal é que isso seja feito em até 72 horas."