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Acordo deve barrar greve nos aeroportos

Sindicatos aceitarão reajuste de 6,5%; Tribunal Superior do Trabalho exige 80% da categoria no trabalho no fim de ano

Categoria vai fazer assembleias hoje; se descumprirem ordem da Justiça, sindicatos podem ser multados

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA

Sindicatos dos trabalhadores do setor aéreo e as companhias entraram em acordo ontem à tarde. Isso afasta a possibilidade de greve a partir das 23h de hoje.

A Folha apurou que os sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que ameaçavam parar, pediram reajuste salarial de 6,5%. A proposta foi aceita pelas empresas e o acordo deve ser assinado hoje.

Anteontem, as empresas fizeram acordo com dois sindicatos de aeroviários (trabalhadores em terra), do Rio e de Manaus, ligados à Força Sindical -reajuste de 6,17%.

Após conversas com a Secretaria-Geral da Presidência e com a Secretaria de Aviação Civil, a CUT resolveu fazer a proposta de 6,5%.

"O acordo [que valerá para todos] foi bom diante do cenário econômico e do prejuízo que as aéreas tiveram", diz Uébio José da Silva, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores no Transporte Aéreo, ligada à Força Sindical.

Apesar da iminência do acordo, o Snea, sindicato das empresas, recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho.

O tribunal determinou que 80% dos trabalhadores deverão estar a postos nas vésperas do Natal e do Ano-Novo, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia aos sindicatos. Estão previstas assembleias hoje em vários Estados.

Para Marlene Ruza, diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a greve continua de pé até segunda ordem.

"Manter 80% só beneficia as companhias", disse Ruza.

RACHA SINDICAL

Os sindicatos iniciaram as negociações de forma unificada em novembro. Mas a decisão da Força Sindical de criar um sindicato de aeronautas na cidade de São Paulo rachou lideranças.

A CUT abandonou negociações e aprovou indicativo de greve, enquanto a Força seguiu negociando com o Snea.

Em Congonhas e Cumbica, o clima de greve era inexistente ontem.

Entre pilotos e comissários, a afirmação era praticamente unânime de que não haverá greve.

"Para quê fazer uma greve agora, que vai ser certamente considerada ilegal pela Justiça?", disse um piloto que não quis se identificar.

Colaborou EDUARDO GERAQUE, de São Paulo

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