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Sindicatos descartam greve em Congonhas e Cumbica

Ontem, paralisação surpresa no aeroporto da zona sul atrasou metade dos voos

Decisão da Justiça obriga sindicatos dos aeroviários a manter ao menos 80% do efetivo até o dia 1º de janeiro

GIBA BERGAMIM JR.
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Os sindicatos de aeroviários descartaram a hipótese de greve neste final de ano nos aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Congonhas.

O compromisso da categoria aconteceu horas depois de uma paralisação surpresa de três horas atrasar voos em Congonhas -e de a Justiça obrigar os trabalhadores a manter 80% do efetivo na ativa pelo menos até o dia 1º.

Em Congonhas, ainda não houve acordo. Os trabalhadores aceitaram na Justiça reduzir o pedido de reajuste salarial de 8,5% para 7%, mas as empresas aéreas não se dispuseram a dar mais que 6,5%.

Uma nova assembleia ocorrerá na semana que vem. Se houver greve, só em 2012, em razão do veto da Justiça à greve no fim do ano, diz o Sindicato dos Aeroviários do Estado, que representa o grupo de Congonhas.

Já o sindicato de Guarulhos aceitou proposta de 6,5%, embora o acordo não tenha sido formalizado.

Os aeroviários trabalham somente em terra.

Pilotos e comissários já haviam anunciado que não fariam greve e assinaram ontem o acordo com o sindicato das empresas aéreas.

A paralisação de Congonhas foi feita por carregadores de malas e motoristas de carrinhos que manobram aviões da TAM. Voos atrasaram e passageiros se irritaram. Houve efeito cascata em voos de outras companhias.

O ato surpreendeu porque, anteontem, sindicatos do setor ligados à CUT haviam descartado a greve. Só que quem promoveu a paralisação em Congonhas foi uma entidade filiada à Força Sindical.

À noite, a surpresa se repetiu, só que no Rio, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Fortaleza, com manifestações, mas sem afetar voos.

Isso ocorreu porque o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), da CUT, anunciou não ter aceitado a proposta das empresas de 6,5%.

Não há unidade nacional na categoria. Daí um sindicato descartar a greve e outro decidir mantê-la.

Até as 11h, 55% das decolagens atrasaram em Congonhas, índice semelhante ao do caos aéreo de 2007. Em 2010, na última quinta antes do Natal, eram 8%.

À tarde a situação melhorou um pouco. Às 18h40, os atrasos eram de 49%, ante 47% de 2010. A TAM disse que 3,7% dos seus voos no país estavam atrasados às 16h.

Os passageiros chiaram. O supervisor Fabiano Belli, 44, desistiu de ir a Brasília. O voo da TAM deveria ter saído às 8h30. "Quero ver quando chegar a Copa." Segundo a Anac, as empresas apresentaram um plano B para o caso de greve no final do ano.

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