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Sean Goldman se tornou 'um típico garoto americano'

Há dois anos nos EUA, vizinho afirma que menino se adaptou à vida em Nova Jérsei

VERENA FORNETTI
ENVIADA ESPECIAL A TINTON FALLS

Procurar informações sobre como vive o garoto Sean Goldman, 11, em Tinton Falls, levanta tanta suspeita que pode acabar com a polícia local batendo em sua porta.

Ali, no pequeno distrito, com menos de 18 mil habitantes, do Estado de Nova Jérsei, Sean se tornou "um típico garoto americano".

O caso do menino é um dos mais conhecidos envolvendo sequestro de crianças.

A mãe, Bruna, levou Sean ao Brasil em 2004 sem autorização do pai, o americano David Goldman. Ela terminou o casamento, voltou a se casar e morreu por complicações no parto em 2008.

Em dezembro de 2009, após longa batalha judicial, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu ao pai o direto de levá-lo de volta aos EUA, com base na Convenção de Haia.

Desde então, Sean foi morar numa casa com piscina, de fundos para um rio, onde o menino anda de caiaque.

"Sean agora é um típico garoto americano. Adora basquete, joga em um time de beisebol e perdeu a timidez que tinha quando chegou aqui. A cara de bebê foi embora", disse um vizinho que não quis revelar o nome.

A rua de Sean não tem muros ou calçadas. Os carros ficam estacionados, com os vidros abertos, na frente de casas enormes, com bandeirinhas americanas na entrada.

O vizinho afirma que Goldman tem uma namorada e que os filhos dela são amigos de Sean, que também se relaciona bem com a vizinhança.

A Folha tentou entrevistar Goldman sobre a adaptação do garoto após dois anos nos EUA. Ele, porém, só dá entrevistas à mídia dos EUA.

A reportagem bateu à porta da família e não foi recebida. Na escola em que Sean cursou a quinta série, a diretora também não quis falar.

A avó materna do garoto, Silvana Bianchi, reclama que não tem notícias do neto. "Se o menino está bem e feliz, por que eles ficam escondendo?"

No dia em que procurou Goldman e a diretora da escola, a reportagem recebeu a visita da polícia em um hotel.

O oficial chegou sem ser anunciado, anotou números de documentos da repórter e perguntou como estava a matéria sobre Sean.

MÉRITO

O caso do menino não está totalmente encerrado. O STF ainda vai julgar o mérito de uma liminar de 2009 que determinou a permanência de Sean no Brasil. Não há data marcada para isso.

A liminar, do ministro do STF Marco Aurélio de Mello, foi cassada às vésperas do Natal de 2009 por Gilmar Mendes, à época presidente do tribunal. Graças a isso, Goldman pode levar o filho de volta para os EUA.

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