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Jovem morre em ação do Exército no Rio

Militares afirmam que adolescente de 15 anos foi morto em tiroteio entre a Força de Pacificação e traficantes na Penha

Armas dos militares foram recolhidas para perícia; primo do jovem morto diz que foi ameaçado por soldados

DIANA BRITO
DO RIO

Um jovem de 15 anos foi morto anteontem, por volta das 21h, durante suposta troca de tiros entre criminosos e militares do Exército na favela do Caracol, no Complexo da Penha, zona norte do Rio.

Segundo a Força de Pacificação do Exército, que atua nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha, Abraão da Silva Maximiliano estava com dois suspeitos, e eles teriam atacado a tiros uma patrulha no Mirante da Chatuba.

O jovem foi levado para um hospital, mas não resistiu. Moradores do Complexo da Penha disseram que não houve confronto e que o jovem estava a poucos metros de casa quando foi baleado. Os outros dois suspeitos fugiram.

As armas dos militares envolvidos na ação foram recolhidas por peritos. O porta-voz da Força de Pacificação, coronel Malbatan Leal afirmou que o Exército abriu processo administrativo.

"Ele [Maximiliano] estava com outros dois elementos quando foi surpreendido por uma patrulha da Força de Pacificação. Ao notarem que seriam abordados, fugiram e efetuaram disparos contra os oito militares que patrulhavam a região", disse Leal.

Segundo o porta-voz, antes de revidar os militares deram dois tiros de advertência para o alto na tentativa de evitar o confronto. Armas não letais, como balas de borracha, também teriam sido usadas.

De acordo com militares que participaram da ação, o jovem estava armado, sem identificação e atirou. O Exército, porém, não apreendeu armas ou drogas com ele.

Primo do jovem, Wellington Maximiliano contou que os dois jogavam bola pouco antes. "Vieram me avisar que meu primo estava baleado lá em cima. Subi e o Exército me botou no chão dizendo que eu ia morrer junto", disse.

Foi o segundo caso, no mesmo dia, de morte após tiroteio com forças de segurança em morros do Rio. No morro da Mangueira, um jovem de 21 anos morreu após tiroteio com policiais da UPP local.

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