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Ruy de Salles Penteado (1927-2011)

Engenheiro que anotava o tempo

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

"Vai chover na praia?" "Como estará o tempo no fim de semana?" Ruy de Salles Penteado acostumou-se a essas perguntas mesmo não sendo meteorologista. Era um engenheiro mecânico eletricista, mas apaixonado pelo tema.

Os filhos sempre o ouviram falar de frentes frias, cúmulos-nimbos, massas de ar. Desde os anos 50, anotava religiosamente, dia após dia, seus boletins meteorológicos.

Em seus arquivos, é possível saber do tempo em qualquer dia dos últimos 60 anos.

Paulistano de família quatrocentona, era filho de um fazendeiro de café. Sua mãe cozinhou para soldados durante a Revolução de 1932.

Formado pela USP em 1951, passou por grandes empresas, como a GM. Ajudou a fundar a Cosipa (Cia. Siderúrgica Paulista) e, na Themag, coordenou a implantação da usina de Água Vermelha.

Após se aposentar, em 1982, deu consultorias.

Nas férias ou nos fins de semana, Ruy e a mulher, Lila, botavam os sete filhos na Kombi e saíam viajando pelo Brasil. Ensinava, na prática, geografia para os pequenos.

Seu chavão, que repetia aos filhos e netos, era: "Caráter é tudo o que importa".

Foi muito religioso (deu aulas de catequese) e metódico. Acordava sempre às 5h para correr e nadar no clube Pinheiros. Às 8h, já estava trabalhando. Também adorava música clássica e tocava gaita depois dos jantares.

Sua grande paixão foi a mulher, com quem se casou em 1953. Orgulhava-se de todos os filhos serem formados -dois são engenheiros.

Morreu anteontem, aos 84, devido a um câncer descoberto há 14 anos. Teve 13 netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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