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Jogo do bicho banca churrascos a policiais no Rio, diz Corregedoria

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

O jogo do bicho financiou churrascos para as polícias Civil e Militar em Teresópolis, região serrana do Rio, segundo a Corregedoria-Geral Unificada. As festas aconteceram entre fevereiro e setembro deste ano.

Em março, o empresário Ronaldo Garcia Calaça foi flagrado, em gravação telefônica, em uma conversa na qual diz a uma mulher identificada como Bianca que doaria cem quilos de carne para o churrasco que aconteceria no 30º Batalhão da PM (Teresópolis).

Na gravação, Calaça diz que o pedido de doação havia sido feito pelo tenente-coronel Julio Cesar Mafia, então comandante da unidade.

Meses depois, em julho, Calaça recebeu a medalha de "amigo da PM". O empresário é um dos alvos da operação Dedo de Deus, deflagrada há duas semanas para combater o jogo do bicho. Ele é considerado foragido.

Outras escutas mostram Calaça doando galos e ovelhas ao delegado Eliezer Lourenço, à época lotado na delegacia de Teresópolis.

REDE DE DOAÇÕES

Segundo delegados da Corregedoria, que investigam os policiais, os churrascos eram financiados pelo grupo de Mario Tricano, ex-prefeito de Teresópolis e suspeito de controlar o jogo na cidade.

Segundo as investigações, na estrutura do jogo do bicho na cidade serrana, Calaça era o encarregado de manter contato com autoridades públicas. Em pelo menos quatro gravações ele é flagrado conversando com autoridades policiais.

Em escuta datada de 29 de setembro, Calaça diz que acaba de deixar material para outro churrasco no batalhão. Na ocasião, o "prefeito" esteve presente. Os policiais suspeitam da presença de Tricano, mas as gravações telefônicas, com autorização da Justiça, não deixam isso claro.

Ronaldo Calaça não foi encontrado. Como o processo corre em segredo de Justiça, não foi possível descobrir quem é seu advogado.

O delegado Eliezer não retornou às ligações feitas à delegacia de Resende (160 km do Rio), onde ele está atualmente. O tenente-coronel Mafia, atualmente lotado na Diretoria-Geral de Pessoal da corporação, não foi encontrado. A PM informou que não se pronunciaria sobre o caso.

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