Edifício implodido em SP continua de pé

A Prefeitura de São Paulo implodiu ontem um prédio condenado na favela do Moinho, em Campos Elíseos (região central). Foram usados 800 quilos de explosivos. Mas o edifício continuou de pé.

O térreo e o primeiro piso foram abaixo, mas os quatro andares superiores se assentaram nos escombros.

Mesmo assim, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) considerou a implosão "positiva". Para engenheiros especializados ouvidos pela Folha, ela fracassou.

Antes da detonação, o prefeito, que acompanhava os trabalhos, não havia afirmado que o prédio continuaria parcialmente de pé.

Só após uma hora e meia reunido com técnicos e membros da Defesa Civil, ele disse que "[o edifício] poderia ter vindo abaixo, mas o volume de explosivos foi dimensionado não apenas para que fosse feita a implosão, mas também para que fossem preservadas as duas linhas ao lado do prédio".

Ao lado do edifício passam trilhos da CPTM. Desde o incêndio na favela no dia 22 -que deixou dois mortos e afetou a estrutura do prédio-, a empresa deixou de operar entre Barra Funda e Luz, na linha 7-rubi, e Barra Funda e Júlio Prestes, na linha 8-diamante.

O prefeito garantiu que até terça, às 6h, os trens de passageiros vão atravessar a região normalmente. E que até quinta voltam os vagões de carga.

Sintonizado com o prefeito, Wesley Bartoli, diretor da Desmontec, empresa contratada para a demolição, afirmou que o objetivo era "tirar o risco da estrutura comprometida". Agora, o prédio vai ser derrubado a marretadas, explicou.

Segundo Kassab, o custo da demolição foi "da ordem de R$ 3,5 milhões". Ele disse ainda que, em 15 dias, o prédio vai estar todo no chão e, em 90, os escombros todos recolhidos.

O coronel Jair Paca de Lima, chefe da Defesa Civil, afirmou que os barracos que ficam próximos ao prédio não correm nenhum risco.

A prefeitura planeja fazer um parque no terreno onde fica a favela do Moinho.

A ideia é construir um túnel para os trilhos, o que seria feito dentro de uma operação urbana. Não há data prevista para a construção do parque.

Veja vídeo da implosão

folha.com/no1028671