Chuva que assola Minas mata mais dois

	Amadeu Barbosa/Jornal Hoje em Dia/Folhapress
	Desmoronamento de terra que atingiu a rodoviária de Ouro Preto e causou a morte de pelo menos um taxista; corpo de outro motorista é procurado

As chuvas que atingem Minas Gerais desde outubro causaram pelo menos outras duas mortes -além do registro de pessoas desaparecidas, famílias desabrigadas, quedas de barreiras e interrupção de circulação de trens.

Em Ouro Preto, parte da rodoviária desabou na noite de anteontem após deslizamento de terra. Um taxista foi atingido e morreu no carro.

A rodoviária ficou interditada, e o corpo só foi retirado por volta das 18h de ontem, depois que o veículo foi desmontado. A Defesa Civil municipal suspeita que outro taxista tenha sido soterrado.

Para chegar a Ouro Preto no início da noite de ontem era preciso dar uma volta por Barão de Cocais ou passar por Ouro Branco -e enfrentar 15 quedas de barreira.

Segundo a Defesa Civil Estadual, houve outra morte em Guidoval (305 km da capital), na zona da mata mineira, uma das regiões mais afetadas pelas chuvas. Um homem ainda não identificado foi levado pela correnteza.

O Estado já tem 53 municípios em emergência, e a previsão para hoje é que as chuvas cheguem às regiões leste e norte. Ontem, a circulação dos trens de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas foi suspensa.

DESABRIGADOS

Pelo menos 350 famílias da cidade de Itabirito (55 km de Belo Horizonte) estão abrigadas em escolas e em uma igreja. Toda a família de Geralda Miranda Neta, 71, que tem quatro filhos, 17 netos e 7 bisnetos, se abrigou em uma escola.

As quatro casas da família, construídas no mesmo lote, ficaram inundadas até o teto.

Há 15 anos, outra enchente atingiu a casa de Geralda. "Sou doida para sair de lá, mas não tenho como comprar em outro lugar", disse.

Na rodovia dos Inconfidentes (BR-356), até a entrada de Itabirito, houve 13 quedas de barreira, e a previsão é que a estrada só seja liberada hoje.

A presidente Dilma Rousseff, que passa férias na base de Aratu, em Salvador, telefonou ontem de manhã para o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), para oferecer ajuda ao Estado.

Ela disse ao governador que, se necessário, disponibilizaria forças federais e ajuda financeira para socorrer os locais mais afetados.

A ministra Gleisi Hoffman (Casa Civil) interrompeu seu período de recesso e retornou a Brasília para analisar medidas de ajuda aos Estados atingidos, mas ao final de uma reunião com técnicos não foram anunciadas novas iniciativas.

O diretor do Departamento de Reabilitação e de Reconstrução da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Ivan Ramos, afirmou que o governo ainda aguarda um pedido formal de Minas para liberar verbas do fundo destinado a recuperar prejuízos, que tem no total R$ 450 milhões.

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Colaboraram FÁBIO GUIBU, enviado a Salvador, e a SUCURSAL DE BRASÍLIA