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José Inácio Cotrim Vasconcellos (1942-2011)

Um físico e professor da Unicamp

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Era uma mania tão grande de comprar lápis, caneta e caderno, que os filhos botaram no professor José Inácio Cotrim Vasconcellos o apelido de Zé do Lápis. Eles bem que tiravam sarro do pai, mas herdaram o mesmo costume.

Paulistano, filho de uma professora primária e de um comerciário, José Inácio cresceu na Pompeia, na zona oeste da capital. Batia bola quando moleque e chegou a ser convidado a jogar no Palmeiras, mas o pai respondeu que filho seu não seria jogador.

No colégio Rio Branco, conheceu a mãe de seus filhos, Elza da Costa Cruz Vasconcellos. Os dois escolheram física e foram colegas na USP.

Formado em 1965, concluiu o mestrado em 1968 na área de cosmologia. Morou em Brasília, onde deu aulas, e depois foi aos EUA com a mulher. Terminou o doutorado em 1974, na University of Southern California.

Voltou ao Brasil para dar aulas no departamento de eletrônica quântica do Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp. Ficou até 1995, quando se aposentou e foi lecionar na Universidade Federal do Paraná. Elza, de quem estava separado, é ainda professora de física do instituto.

Botou na cabeça dos dois filhos que estudar era um divertimento e, por isso, sempre os presenteava com livro. Um se tornou economista; o outro, engenheiro químico.

Adorava ir com eles ao estádio ver o Corinthians, apesar de sempre ter dito ser são-paulino para agradar o pai.

Morreu na quinta-feira (29), aos 69 anos, de complicações da diabetes. Costumava dizer que ninguém morre. Nas despedidas, usava a mesma frase: "Até sempre".

coluna.obituario@uol.com.br

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