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Falso integrante do Katinguelê tem seus 15 minutos de fama

ELIANE TRINDADE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na pele de um ex-integrante do Katinguelê, o ajudante de pedreiro Luiz Carlos Vicente Alves Júnior, 32, teve direito ontem aos seus 15 minutos de fama. Ele concedeu várias entrevistas, entre elas à Rede Globo e à Folha, apresentando-se como o músico Juninho do Banjo, autor dos sucessos "A Lua Vai" e "Inaraí".

Integrante do grupo de pagode nos anos 1990, o compositor Nelson Laurindo Júnior teve a carreira interrompida pelo crack. Há 12 anos longe da cracolândia, o verdadeiro Juninho vive hoje em Arujá, na Grande SP, e tenta carreira como cantor gospel.

Enquanto isso, o falso Juninho virou estrela no "reality show" em que se converteu a cracolândia. Diante de microfones e gravadores de jornalistas ávidos por notícias da região, contava uma história convincente, com lances roubados do verdadeiro drama vivido por Juninho.

"Vendi meu cavaquinho de R$ 5.000 por R$ 10 para comprar pedra", disse para a TV.

Ao analisar o vídeo, os membros do Katinguelê constataram a ação do falsário.

"Meu filho é bom no cavaquinho, mas mente e tem mania de grandeza", afirmou Lourdes, mãe de Luiz Carlos.

Ele e outros 18 usuários de crack foram acolhidos ontem pela missão batista Cristolândia, que atua na região, e encaminhados para tratamento.

O verdadeiro Juninho diz que sua luta contra o crack nunca esteve sob os holofotes. Ele foi internado em 1999.

"Na época em que eu estive na cracolândia e precisava de ajuda, não tive visibilidade. Fiquei impressionado com o que o falso Juninho conseguiu."

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