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Atirador se entrega e diz que estava sendo 'perseguido'

Administrador de empresas se apresentou à polícia na tarde de ontem

Ele afirma que tiros foram dados nas fechaduras dos carros que queria usar para fugir de perseguição

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Com mãos e pernas cheias de feridas, hematomas na nuca e olhos vermelhos, o administrador de empresas Michel Goldfarb Costa, 35, se apresentou ontem à polícia e disse que atirou em pessoas e causou várias batidas na capital paulista quando "fugia em luta pela vida".

Acusado de tentar matar várias pessoas dando tiros a esmo na ruas em sua fuga pelas zonas sul e norte na segunda, ele disse que ficou 12 horas escondido num tubo de esgoto na marginal Tietê.

Dali, diz ter ido para a casa do pai, no Alto de Pinheiros. Ontem ele se entregou.

Vestindo bermuda e uma jaqueta azul, Costa contou uma história confusa, entremeada por frases desconexas. Diz que tudo começou porque "fugia de pessoas que o perseguiam". Ele admitiu ter saído armado e trajando um colete à prova de balas.

Nega que tenha disparado para matar -duas pessoas foram atingidas e passam bem.

O delegado optou por não interrogá-lo ontem por suspeitar que estava sob efeito de drogas. Costa afirma que perdeu a arma. Ele ficará preso no 77º DP (Santa Cecília).

A polícia trabalha com a hipótese de que ele teve um "surto psicótico".

"Eu achava que estavam me seguindo, eu fiquei com medo. Mas eu não estou implicando a eles a culpa sobre isso", disse. As pessoas a quem Costa se refere seriam vizinhos que o teriam ameaçado.

DISPAROS

Costa disse que não atirou para matar as pessoas.

"Eu só atirei na fechadura dos carros, jamais apontei para alguém. Se acertei é porque a bala ricocheteou."

Afirmou ainda que só atirou porque as pessoas demoravam para sair dos carros. "Eu pedia para as pessoas saírem e elas não saíam dos carros. Elas (vítimas) foram inconsequentes", disse.

Costa, membro de uma família de empresários, disse ter boas condições financeiras e que trabalha em casa -aplica na Bolsa de Valores.

"Eu quero pedir perdão a todas as pessoas que passaram pelo perigo da minha fuga, pus pessoas em risco. Queremos uma sociedade melhor, em que as pessoas não precisem de carros blindados e coletes", disse.

Nicolau Aun Júnior, defensor de Costa, disse que pedirá a soltura do acusado. "Ele não teve intenção de ferir as pessoas", disse.

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