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Vingança foi motivo de ataque contra juíza, diz TJ

'Apuramos que seria um problema de guarda de filho', afirma o presidente do tribunal

Polícia de Rio Claro busca imagens de câmeras de prédios vizinhos para tentar identificar suspeito

UIRÁ MACHADO
DE SÃO PAULO
MARÍLIA ROCHA
ENVIADA ESPECIAL A RIO CLARO (SP)

O presidente do Tribunal de Justiça paulista, Ivan Sartori, afirmou ontem que pode ter sido vingança o motivo do atentado a bomba contra a juíza Cyntia Andraus Carreta, de Rio Claro (173 km de SP).

"Apuramos que seria um problema familiar, de guarda de filho", disse. "A polícia já tem ideia [do autor], mas não posso dizer quem é para não prejudicar as investigações."

A Polícia Civil confirma. Suspeita que o responsável seja parte envolvida em ação julgada pela magistrada, a quem o artefato estava endereçado.

Segundo o delegado seccional de Rio Claro, Roberto José Daher, a juíza ajudou a indicar suspeitos.

"Ela descartou políticos ou advogados de casos que já analisou, então buscamos em outras causas pessoas que tenham um perfil compatível com uma atitude dessas."

Diretora do Fórum e titular da 3ª Vara Cível, Cyntia julga casos de adoção, divórcio, briga de vizinhos e direito do consumidor, por exemplo.

Daher disse que alguns investigados haviam feito ameaças indiretas a ela em e-mails e mensagens em blogs. Foram encontrados ainda textos em blogs voltados para advogados que mostram insatisfação com decisões da juíza.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cezar Peluso, classificou como "criminosa" e "abominável" a ação.

ESCOLTA

O TJ determinou escolta por tempo indeterminado à juíza, que ontem se reuniu com o presidente do tribunal.

O Fórum reabre na segunda, mas não há previsão de quando a juíza volta a trabalhar. Oficialmente, ela está em licença médica e será substituída temporariamente na direção do Fórum pelo juiz da 4ª Vara Cível, Cláudio Pavão.

Conforme Pavão, a segurança do prédio será reforçada com mais policiais e mudanças no controle de acesso.

Câmeras de segurança, ainda em fase de instalação, não estavam funcionando no dia do atentado.

A polícia vai solicitar gravações de câmeras de estabelecimentos vizinhos para tentar encontrar a pessoa que levou a bomba ao local.

O funcionário Menoti Ragazzi, que se feriu ao abrir a caixa, foi transferido do Hospital Unimed. Não há informações sobre seu estado de saúde nem o local para onde foi.

O outro funcionário ferido, João Alfredo Torres da Silva Melo, já teve alta.

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