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Polícia encontra 35 gatos mortos em casa na zona sul

Corpos foram achados por um detetive particular que apurava o caso a pedido de protetores de animais

Suspeita recebia bichos em sua casa, na Vila Mariana; à Polícia Civil disse que cuidava deles e negou sacrifícios

LÉO ARCOVERDE
DO “AGORA”

Após três semanas de investigação por um detetive particular, a Polícia Militar deteve anteontem à noite a dona de casa Dalva Lina da Silva, 42, sob suspeita de matar 35 gatos e quatro cachorros com injeções de sedativos.

Os crimes teriam ocorrido em sua casa, na Vila Mariana (zona sul de SP), onde ela recebia doações de animais.

Os corpos dos bichos -na maioria, com até dois meses de vida- foram encontrados pelo detetive Edson Criado, 44, contratado por um grupo de protetores de animais.

Eles estavam enrolados em jornais, dentro de quatro sacos de lixo, que teriam sido deixados pela mulher, segundo o detetive, na calçada de uma casa próxima à dela.

Acionada pelo detetive, a Polícia Militar levou a mulher ao DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania). Ela negou ter matado os 39 animais e foi liberada.

Segundo a polícia, os corpos dos animais passarão por necropsia, que deve ficar pronta em duas semanas e apontará a causa da morte.

Uma das suspeitas -a de que o sangue dos animais foi retirado em suposto ritual de magia negra- também será esclarecida pelos exames.

300 GATOS

O detetive disse ter fotografado, em 20 dias de investigação, cerca de 300 cães e gatos serem entregues à mulher.

Nesse período, afirmou ter ficado o dia inteiro em frente à casa e não viu esses animais deixando o imóvel. A polícia investiga o paradeiro deles.

Na casa, policiais apreenderam caixas vazias de sedativo, anestésico e cloreto de potássio, usados em sacrifícios. Apesar de a investigação particular ter sido contratada recentemente, protetores de animais afirmam que haviam relatos de que Dalva sumia com animais doados a ela desde o fim de 2009, mas nenhuma prova foi encontrada.

Ontem de manhã, policiais da Divisão de Meio Ambiente voltaram à casa da suspeita, onde apreenderam oito gatos e um cachorro vivos.

Soltos pela casa, os animais se encontravam em bom estado. Da delegacia eles foram levados à ONG Adote um Gatinho, de onde seriam entregues para voluntários.

PROJETO

O deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) apresentou em dezembro à Câmara dos Deputados projeto de lei que prevê uma pena de 6 a 10 anos de prisão a condenados por morte de cães e gatos.

Segundo ele, "é impossível conviver, a todo instante, com casos de maus-tratos de animais". Hoje, a pena pode variar de 1 a 3 anos de prisão.

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