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Trabalho na cracolândia será 'longo', diz Alckmin

Após circular pela área, tucano aponta avanços

DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que a polícia vai continuar na região da cracolândia e que a intervenção será longa e exigirá perseverança.

"Esse é um trabalho longo, não vai resolver no curto espaço de tempo. Tem que perseverar", afirmou de manhã, pouco tempo após circular de carro pela região.

Ele foi flagrado pela Folha à 1h15 na rua Helvétia, um dos tradicionais pontos de concentração de viciados.

"Verifiquei que nós avançamos bastante, a região já tem mais segurança (...), famílias andando de noite, crianças, pessoas idosas."

Alckmin disse que o trabalho seguirá em duas frentes -social e de segurança- e que as denúncias de excessos policiais serão investigadas. "Apuração absoluta e rigorosa. O governo não tolera nenhum tipo de abuso."

RECLAMAÇÕES

A cada meia hora um morador liga para a Polícia Militar reclamando de aglomerações de usuários de crack.

As reclamações também vêm de lugares onde eles quase nunca eram vistos.

Entre os dias 10 e 12, os três primeiros dias em que foi criado um canal exclusivo para reclamação, foram 156 ligações denunciando o aparecimento de usuários que, possivelmente, tinham sido espantados da cracolândia.

Foi identificada a formação de grupos como os das praças Buenos Aires, Roosevelt e Sé e debaixo dos viadutos da avenida 23 de Maio.

Em prédios da Santa Cecília e Barra Funda, moradores decidiram fazer um revezamento para chamar a PM.

"Como só eu ligava, o policial dizia que só eu estava me sentindo incomodado. Cheguei a ligar 16 vezes num dia. Foi então que decidi cobrar dos meus vizinhos", relatou um supervisor de vendas morador da Santa Cecília.

Antes da operação policial na cracolândia era comum ver dois ou três viciados circulando pela região do condomínio onde ele vive, a uma quadra da avenida Angélica. Agora, mais de 50 usuários se reúnem diariamente por lá. A campanha no prédio do supervisor prevê que cada morador ligue a cada 20 ou 30 minutos para a polícia.

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