Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

'Mãe' da Lei Cidade Limpa quer plano diretor da paisagem

Ela defende regra de construção que avalie maneira como prédio ficará inserido no quarteirão e imediações

Objetivo é identificar quais vistas são importantes e como mantê-las ao alcance dos olhos da população

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Ao final do corredor de edifícios da Paulista, há uma praça de onde se avista o bairro do Pacaembu. O sumiço de paisagens como essa, raras em meio à confusão de prédios, preocupam a criadora da Lei Cidade Limpa.

Depois de varrer a publicidade das ruas, Regina Monteiro quer criar o "plano diretor da paisagem", complementar ao Plano Diretor, que será revisado neste ano.

Para isso, a CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), dirigida por Regina, vai identificar quais vistas são importantes e como mantê-las. "A gente vem perdendo nossas referências visuais", diz a arquiteta.

A vista do pico do Jaraguá, a partir da rua Cotoxó, por exemplo, foi tampada pelo shopping Bourbon, diz ela.

VISTA AMEAÇADA

Outra paisagem que começa a ser perdida é a vista a partir do Masp, com a chegada de prédios próximos.

O vão livre de 74 metros foi especialmente projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi. Era uma condição do doador do terreno preservar a vista da serra da Cantareira.

Regina defende regras de construção que avaliem não só a altura de um prédio e os recuos em relação ao terreno mas também a maneira como ele ficará inserido no quarteirão e nas imediações.

Segundo ela, apenas o Código de Obras e a Lei de Zoneamento não dão conta de proteger a paisagem.

Os visuais significativos serão escolhidos por meio de consultas à população.

Entre as paisagens que a cidade perdeu ao longo dos anos, a diretora cita a da "praia" da represa de Guarapiranga, que se podia ver a partir da avenida Atlântica.

E dá exemplos de panoramas que valeria a pena preservar, como os fundos de vale e seus córregos, que vêm sendo canalizados. "Parece impossível, mas deveríamos renaturalizar o córrego da avenida 23 de Maio."

Para Regina, referências visuais, como prédios e vistas importantes, orientam as pessoas no caos das metrópoles.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.