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Sesc Pompeia completa 30 anos com atividades especiais na programação

É tarde de quinta-feira no Sesc Pompeia. As mesas do café estão cheias, três mulheres de biquíni tomam sol no deque e dois homens ajeitam na parede de tijolos o painel com os eventos esportivos do mês. Cruzam a rua de paralelepípedos os rappers Criolo e Emicida, cuja apresentação na choperia já está com os ingressos esgotados.

O show deles, no último dia 5, abriu a programação anual dessa unidade do Sesc, marco arquitetônico da cidade de São Paulo que completa 30 anos neste ano.

Projetado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi (1914-1992), a mesma responsável pelo Masp e pelo Teatro Oficina, o centro de lazer localizado na zona oeste de São Paulo recebe anualmente cerca de 1,25 milhão de pessoas e sedia uma média de 120 atrações culturais todo mês.

O espaço, que marcou a história da música brasileira dos últimos anos -a banda Titãs estreou ali e o projeto "Prata da Casa" ainda revela novos nomes-, deu também outra cara ao bairro.

"Até hoje ele é um farol que ilumina a nossa ação nas outras unidades do Sesc", diz Danilo Santos de Miranda, diretor da rede no Estado. "Levou programação para um bairro que estava fora do circuito cultural da cidade."

No aniversário de 30 anos, a unidade prepara uma programação especial. "Não vai ter um marco, mas uma série de eventos para comemorar a trajetória do local", diz Ilona Hertel, coordenadora de programação do centro.

O Pompeia também marca uma guinada na própria história do Sesc, segundo Hertel. "É quando a instituição deixa de prestar só assistência e saúde e a dimensão educativa se torna central."

Embora tenha sido desbancado em área construída e número de visitantes por unidades mais novas, como o Belenzinho e o Pinheiros, o Sesc Pompeia ainda detém o segundo maior orçamento da rede -cerca de R$ 53 milhões anuais- e o maior número de shows, peças e mostras.

Entre as atrações previstas para o aniversário estão a reedição da exposição interativa "Mil Brinquedos para a Criança Brasileira", organizada pela própria Lina em 1982, atualizada com debate sobre novas tecnologias.