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Célia Alexandrina Salgado de Mendonça (1923-2012)

Tradutora apaixonada por música e quadros

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O que fazia com filhos e netos em relação à música, Célia Salgado de Mendonça repetiu com as enfermeiras. No hospital, enquanto ouvia Beethoven, ensinava a elas um pouco de história da música.

Filha de um embaixador, nasceu em Roma, na Itália. Durante a infância, viveu em várias cidades europeias, tendo ficado mais tempo em Bucareste, na Romênia. As férias eram passadas no Brasil.

Aos 19 anos, numa festa em Santos, conheceu o médico e fazendeiro Thales de Mendonça, com quem se casou aos 21, idade com a qual veio definitivamente para o país.

O casal foi morar em São José do Rio Preto (SP), que, na época, resumia-se a "duas ruas de terra entre as quais passava a boiada", como dizia. Lá, o marido teve um laboratório de análises clínicas.

Morou mais de 20 anos no interior. Quando o último filho saiu da cidade para estudar, instalou-se na capital.

Estudou literatura e, poliglota que era, trabalhou como tradutora juramentada. Deu ainda aulas de francês.

Apaixonada por arte, foi colecionadora de quadros, como o pai. O filho Casimiro, a quem era muito ligada, tornou-se crítico de arte.

Calma e educada, era incapaz de maltratar alguém, lembra a família. Estava sempre impecável, com o cabelo arrumado e de batom passado. No hospital, lamentava não poder pintar as unhas.

Também gostava de ioga, que praticou por 40 anos.

Filha única, realizou o sonho de ter a casa cheia. Teve cinco filhos, nove netos e bisneta. Em 1990, ficou viúva. Perdeu o filho Casimiro em 1992. Morreu anteontem, aos 88, de câncer de pulmão.

coluna.obituario@uol.com.br

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