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Teodoro Freire (1920-2012)

O bumba meu boi de seu Teodoro

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Nas noites de bumba meu boi em São Vicente Ferrer (MA), onde nasceu, Teodoro Freire punha o pilão na rede em que dormia para disfarçar e saía de casa escondido.

A mãe, que temia que o filho se machucasse em alguma confusão, um dia descobriu o truque e deu-lhe uma bronca. Ela foi aceitando aos poucos a participação de Teodoro em festas populares.

Aos 14, o rapaz foi sozinho para São Luís, onde trabalhou em quitanda, como estivador e porteiro. Em 1953, partiu para o Rio, atuou no comércio e organizou o bumba meu boi com a ajuda de um deputado conterrâneo.

Nos anos 60, ao se apresentar com seu grupo em Brasília, recebeu o convite, também de um político maranhense, para ficar na cidade.

Já casado com a piauiense Maria Sena, que conhecera no Rio, conseguiu um emprego de contínuo na UnB. Ficaria na universidade, como conta a família, por 28 anos.

Mesmo aposentado, continuava indo ao local para visitar os amigos. Só parou devido às dificuldades para andar depois de ter sido atropelado e quebrado o fêmur.

Desde 1963, dedicou-se ao bumba meu boi no Centro de Tradições Populares que fundou. Por causa de seu trabalho, recebeu do governo a ordem do mérito cultural em 2006. Ganhou ainda um documentário sobre sua vida.

Os dez filhos (a maioria com nomes indígenas) se envolveram com folclore. Apaixonado pelo rubro-negro, batizou um filho de Tauá Flamengo. Era fã da Mangueira.

Sofria de enfisema pulmonar. Morreu no domingo, aos 91, após parada cardíaca. Teve netos, bisnetos e trinetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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