Surfe com remos ganha adeptos no Rio

	Rafael Andrade/Folhapress
	Com prancha maior e mais grossa, carioca pratica o surfe com remo na altura do 6, na praia de Copacabana, zona sul do Rio; modalidade começou a ser praticada no Havai

A médica acupunturista Ana Kemper queria aprender a surfar, mas mudou de ideia.

"É difícil começar aos 35 anos", brinca.

Conversando com amigos, descobriu que existe o Stand Up Paddle Surf -SUP para os íntimos-, uma modalidade em que as ondas ficam em segundo o plano, e o desafio é permanecer de pé sobre a prancha, remando. E, claro, no nível mais avançado dessa prática, também surfar.

"No primeiro dia você cai para caramba, mas logo pega o jeito", conta a médica, orgulhosa por ter redescoberto sua capacidade de equilíbrio.

Praticado há centenas de anos pelos havaianos para ir de uma ilha a outra, o SUP chegou no Brasil há cerca de dez anos. Começou a ganhar notoriedade nos últimos dois, com o aumento no número de praticantes e campeonatos oficiais.

PRANCHA MAIOR

Dividido entre SUP Race -em que o objetivo é percorrer distâncias-, e SUP surf, onde os praticantes pegam ondas com os remos, o esporte se diferencia pela prancha maior e mais grossa, que busca dar estabilidade na flutuação, e pelo remo.

"Qualquer um pode praticar. Basta saber nadar", explica o surfista Eduardo Laucas, um apaixonado pelo SUP e que há três anos dá aulas do esporte no posto 6 de Copacabana.

E, curiosamente, ser surfista ou não é indiferente para os iniciantes. "Geralmente dançarinos, praticantes de ioga e esquiadores têm mais facilidade ao subir na prancha pela primeira vez", diz o surfista Laucas.

VANTAGENS

Entre as vantagens do SUP estão poder ser praticado em quase qualquer condição meteorológica, com exceção de dias com muito vento, e a melhoria do condicionamento físico e tônus muscular.

"Você faz exercício e nem percebe", diz Kemper.

Como para se manter em cima da prancha o corpo trabalha a isometria e a resistência, além do equilíbrio e da concentração, o esporte exercita músculos das pernas, braços e abdômen.

No entanto, para o treinador, a parte física é apenas acessória.

"É difícil falar o que é melhor no SUP, mas estar em cima da prancha olhando a praia de outro ângulo, ouvindo o barulho do mar e dos pássaros, é muito prazeroso", afirma o surfista.