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Eduardo de Souza Louzada Rocha (1929-2012)

Das bolsas às ilustrações infantis

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Houve um dia em que nada alegrava o menino Miguel, neto do industrial Eduardo Rocha. Sua mulher, então, escreveu para o garoto uma história, que Eduardo ilustrou.

A trama de "O Dia em Que Miguel Ficou Triste", enviada para o netinho por fax, era toda contada por uma família de tatus. Os desenhos ficaram tão bons que a mulher, a escritora de livros infantis Ruth Rocha, 80, convidou o marido para ajudá-la no trabalho que fazia à época.

Assim, Eduardo começou sua carreira tardia de ilustrador com a "Odisseia", de Homero, adaptada por Ruth para a Companhia das Letras.

Filho de um delegado de polícia, trabalhou com asfaltamento de ruas e, a partir dos anos 60, teve uma indústria de bolsas. Profundo conhecedor de couro e exímio estilista, como conta a família, desenhava os modelos.

Quando encerrou a atividade empresarial, há cerca de 20 anos, decidiu levar a sério o desenho e foi estudar.

Seus traços nos livros infantis ganharam reconhecimento. Fez trabalhos para outros autores além da mulher.

Bom observador e dono de um sorriso generoso, como lembra a família, gostava de música clássica. Tinha uma Mercedes chamada Marlene, que visitava na garagem quando a saúde permitia.

Depois que Pedro, o segundo neto, chegou, a história dos tatus virou uma série.

Recentemente, mostrou a um neto uma das últimas ilustrações que fez: um desenho de Ruth, com quem estava casado há mais de 50 anos.

Morreu anteontem, aos 82, em decorrência de uma pneumonia. Deixa a filha, Mariana, e os dois netos tatuzinhos.

coluna.obituario@uol.com.br

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