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Cena de crime, Pedra da Macumba guarda mistérios

DE SÃO PAULO

A entrada da fazenda Trovão sempre está forrada de garrafas de bebida (inteiras e quebradas), copos, restos de animais e de frutas, panos, charutos, esmaltes, vasos e flores, além de muitas velas.

À esquerda do portão, às margens da altura do km 8 da Estrada da Santa Inês, em Mairiporã (Grande São Paulo), fica a Pedra da Macumba, assim chamada por ser usada por praticantes de religiões afro-brasileiras para fazer suas oferendas.

Lá, Geralda Lúcia Ferraz Guabiraba, 54, foi encontrada morta à 0h45 do dia 14.

O corpo de Geralda, mulher de José Pereira Guabiraba, um dos diretores comerciais do Grupo Estado, estava sem olhos e sem a pele e a musculatura do rosto.

Segundo os legistas, Geralda morreu em decorrência de um corte no pescoço, além de ter recebido uma pancada nas costas, possivelmente quando estava ajoelhada.

O trecho da Estrada da Santa Inês onde fica a pedra é uma região onde poucas pessoas circulam a pé.

Sem calçadas e cercada por mato, a estrada é uma das rotas para os moradores dos condomínios de alto padrão no pé da serra da Cantareira.

SENTIMENTO DIFERENTE

"Ah, moço, a gente sente uma coisa diferente quando passa por aqui. É algo que não dá para explicar direito, mas a gente sente mesmo".

Assim o pedreiro Oscar José Siqueira, 53, descreve a Pedra da Macumba, distante 500 metros de sua casa.

"Naquele sábado pela manhã, quando passei aqui, vi o corpo. As poucas pessoas que moram aqui só falam disso, afirmou Siqueira.

A polícia trabalha com as hipóteses de que Geralda tenha sido morta por vingança ou atraída para a pedra para participar de algum ritual.

Do apartamento onde Geralda vivia, no bairro Lauzane, na zona norte, até a pedra são 10 km de distância.

A polícia sabe que Geralda saiu de casa na sexta-feira 13 sozinha em seu carro.

Um comerciante disse ter visto o carro na estrada, por volta da 1h30 do sábado, com um homem forte ao volante. Um outro veículo o seguia.

O celular e o computador da dona de casa são investigados. Dois dias após o crime, alguém usou o computador de Geralda para pesquisar sobre um tipo de veneno conhecido como chumbinho.

(ANDRÉ CARAMANTE)

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