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Ação da PM acaba e área de risco é invadida

Em São José dos Campos, ao menos 13 casas foram ocupadas em terreno onde houve deslizamento que matou 4 pessoas

Após a saída dos PMs, um trator foi incendiado; ao todo, 15 veículos foram queimados na região

FELIPE LUCHETE
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
ENVIADOS ESPECIAIS A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Quase todas as casas da invasão Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP), tinham sido demolidas quando a Polícia Militar considerou finalizada a reintegração da área, ontem à noite.

Sem esperança de voltar para a região, alguns dos ex-moradores já haviam adotado como novo endereço uma outra invasão: o bairro Rio Comprido, onde casas estavam vazias há um ano desde que ocorreu um deslizamento de terra, que deixou quatro mortes.

A prefeitura disse que 13 casas foram invadidas ontem e que tentaria desocupá-las na Justiça o quanto antes pois há risco para as famílias. Até a conclusão desta edição, a PM afirmou que não fora comunicada.

Mesmo com a saída das famílias, o clima no Pinheirinho continuava tenso após a PM anunciar o fim da operação e reduzir o efetivo.

Um trator que seria utilizado para limpar a área foi incendiado em uma rua próxima, totalizando 15 veículos queimados desde domingo. Ninguém foi preso.

A polícia não sabe dizer se os ataques aos veículos foram feitos por ex-moradores ou por criminosos incomodados com a ação. Segundo a PM, todas as ocorrências foram registradas no entorno da invasão. A PM informou também que, com o fim da operação, não é mais responsável pela segurança da área.

O empresário Reinaldo Maia, dono de uma empresa terceirizada contratada para fazer a limpeza do terreno, decidiu abandonar ontem à noite a área alegando falta de segurança para os funcionários e os equipamentos.

Maia foi contratado pela massa falida, responsável por controlar como serão feitos os pagamentos aos credores do grupo Selecta, que faliu.

MAIS INVASÕES

Líderes do movimento disseram que novas invasões não estão descartadas. "O que leva à ocupação é a necessidade de moradia", diz Antonio Donizete Ferreira, advogado dos desabrigados.

Ele disse, no entanto, que não desistiu de reverter a reintegração via Judiciário. Ontem, porém, o movimento sofreu derrota na Justiça.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cezar Peluso, arquivou mandado de segurança apresentado pelo movimento, alegando que ainda cabe recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), que havia validado a reintegração.

POLICIAL AFASTADO

A polícia já identificou o PM que aparece agredindo um morador, aparentemente de forma gratuita, em vídeo disponível na Folha.com.

Ele foi afastado dos serviços de rua e foi aberto um procedimento administrativo.

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