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Obras eram regulares, diz sócio de empresa

Ele nega alteração da estrutura do edifício Liberdade, mas admite falta de engenheiro para parte das intervenções

Companhia alterou 5 dos 6 andares que ocupava, três com plantas de profissional, segundo empresário

DO RIO

A Tecnologia Organizacional (TO), empresa que fazia reformas em dois andares do edifício Liberdade, o maior dos três prédios que desabaram na quarta-feira, afirmou ontem que as intervenções eram regulares, não alteraram a estrutura do prédio e não causaram a tragédia.

O sócio-diretor da empresa, Sérgio Alves, porém, afirmou que as duas reformas foram iniciadas sem laudo de engenheiro. No 3º andar, o documento foi feito após pedido do síndico. No 9º, seria feito nos próximos dias.

As reformas começaram com um projeto copiado por uma gerente da TO a partir de planta feita por uma arquiteta para obra em outro andar.

A TO fez obras em cinco dos seis andares que ocupava, três com plantas feitas por profissional, disse Alves.

"Ao longo das obras, ela [a gerente] foi aprendendo. Nossa profissional acompanhou diversas reformas. Fez curso para elaboração de plantas."

Ele afirmou que retirou cerca de cinco paredes de tijolos nos dois andares. No 9º andar, um banheiro localizado no centro do pavimento foi transferido para o canto.

"Tenho informações de reuniões com arquitetos e engenheiros. A única coisa que afeta a estrutura do prédio são vigas e pilares. As paredes estruturais seriam de concreto ou com ferro. Mexemos apenas em paredes de tijolo. Como era a quinta obra, sabia que não estava removendo nada. Não precisava de licença ou ART [anotação de responsabilidade técnica, dado pelo Crea]", disse Alves.

Ele afirmou que o laudo, assinado pelo engenheiro Paulo Brasil, atestava que a obra do 3º andar não afetava a estrutura do edifício. Brasil afirma, porém, que foi chamado apenas para analisar a disposição de "armazenamento de materiais" -três sacos de cimento.

"Para fazer uma análise sobre a obra, precisava do ART", disse Brasil.

DOCUMENTOS

O advogado do edifício, Geraldo Beire Simões, afirmou que o síndico pediu, além do laudo, o ART. O sócio-diretor da TO nega que ele tenha pedido o documento do Crea.

O síndico do edifício, Paulo Renha, prestou depoimento por duas horas à polícia.

"Não sei se foram retirados pilares. É um prédio de 73 anos que as pessoas reformam", disse ele.

O laudo sobre as causas do acidente deve demorar pelo menos 20 dias, segundo a polícia. Até ontem 11 pessoas foram ouvidas.

O inquérito apura, até o momento, crime de desabamento, e, dependendo das investigações, autores dos crimes de homicídio culposo ou lesão corporal culposa.

Segundo o sócio da empresa, a maioria dos andares usados pela empresa já eram em vão livres (sem paredes). Apenas uma foi convertida para o estilo, além do 9º, onde o banheiro foi deslocado do centro para o canto.

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