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Viciados tatuam sobrenome de político em troca de crack

GRACILIANO ROCHA
ENVIADO ESPECIAL A ITAPETINGA (BA)

Uma tatuagem com o nome de um suspeito de chefiar o tráfico de drogas virou caso de polícia no sudoeste da Bahia.

Pré-candidato a vereador em Itapetinga (538 km de Salvador), Mário Sérgio Freudenthal, 44, pagou para usuários de crack tatuarem nos braços o seu sobrenome. Ele é réu em uma ação penal por tráfico de entorpecentes.

Segundo a polícia, a "propaganda" foi remunerada com pedras de crack. A Folha teve acesso a uma série de vídeos, feitos pela PM, em que viciados dizem ter recebido dinheiro ou drogas para tatuar "Freudenthal".

O catador de material reciclável Zenilton Xavier dos Santos, 29, fuma crack e é um dos que tem o nome Freudenthal no braço. Ele diz que recebeu R$ 20 pela tatuagem.

Fontes da polícia e do Ministério Público afirmam que outra linha de investigação tenta apurar se a marca é um tipo de distinção no tráfico.

Não é só usuário que tem a tatuagem, mas traficantes recrutados pela suposta quadrilha também, mostra a investigação. Um inquérito está em curso há três meses porque, em 2011, o número de pessoas com Freudenthal na pele cresceu.

O caso veio à tona em 2010, quando policiais prenderam um suspeito de tráfico na casa de Freudenthal. O homem tinha tatuado o sobrenome.

OUTRO LADO

O suspeito admite ser responsável por 50 tatuagens que viraram o assunto da cidade de 68 mil habitantes. Mas nega ter oferecido drogas ou motivação eleitoral.

Suplente de vereador, Freudenthal diz que mandou fazer as tatuagens para promover sua loja de artigos para presente e sua fábrica de selas para cavalos. Ambas batizadas com seu sobrenome.

A situação, diz, saiu do controle após viciados descobrirem que podiam fazer dinheiro em troca da "divulgação" no corpo.

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