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Zona sul concentra sequestros-relâmpagos

Período das 18h às 23h59 é o preferido pelos criminosos para atacar suas vítimas; madrugada tem menos casos

Segundo levantamento da Folha, delegacia da Lapa foi a que mais registrou o crime em 2011: nove ocorrências

ANDRÉ CARAMANTE
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Quando deixava sua casa no Planalto Paulista, zona sul paulistana, em um sábado à tarde de maio de 2011, a pedagoga Luciana Martino, 47, foi rendida por dois criminosos.

Durante 40 minutos, ela foi feita refém pelos homens dentro de seu carro. "Eles pareciam ser profissionais e até foram educados, mas minhas pernas não paravam de tremer", contou a pedagoga.

O objetivo dos bandidos era usar os cartões bancários de Luciana para realizar saques. Mas, justo naquele dia, ela decidiu sair sem eles.

Após pressão e ameaças, os dois criminosos resolveram soltá-la, roubando apenas o pouco dinheiro que trazia na bolsa. "Como o prejuízo foi mais emocional do que material, não fui à polícia."

Pelo menos 54 pessoas foram vítimas de sequestros-relâmpago em bairros da zona sul paulistana -região da capital com mais ocorrências desse crime em 2011, segundo levantamento inédito realizado pela Folha.

Durante todo o ano passado, os 93 distritos policiais da cidade registraram 111 casos.

O 7º DP (Lapa), na zona oeste, foi onde mais crimes desse tipo acabaram contabilizados: nove casos.

Outras delegacias que atendem bairros de classe média e alta, como o 14º DP (Pinheiros) e o 23º DP (Perdizes), ambos na zona oeste e com cinco casos cada, e o 16º DP (Vila Clementino), zona sul, com sete casos, estão no topo do ranking das áreas onde mais ocorreram sequestros-relâmpagos em 2011.

MADRUGADA

O levantamento realizado pela Folha no Infocrim, a base de dados sobre a violência do governo paulista, revelou também que a madrugada não é, ao contrário do que pode se imaginar, quando mais ocorre sequestro-relâmpago na capital paulista.

O período do dia compreendido entre as 18h e as 23h59 registrou 54 sequestros-relâmpagos. Somente seis dos 111 casos rastreados pela reportagem ocorreram no período entre a 0h e as 5h59.

Desde maio de 2011, por recomendação da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os bancos estabeleceram em, no máximo, R$ 300 o limite para saque em caixas eletrônicos das 22h às 6h.

O valor de R$ 300 está disponível para caixas eletrônicos em aeroportos, postos de gasolina, lojas de conveniências e outros locais com segurança interna. Em muitas agências bancárias, os saques ficam indisponíveis a partir das 21h ou das 22h.

SUSPEITOS

Questionada pela Folha, a Secretaria da Segurança Pública não informou quantos sequestros-relâmpagos ocorreram na cidade em 2010 nem quantos suspeitos de cometer esses crimes foram presos em 2010 e em 2011.

Os dados do Infocrim apontam que dos 111 sequestros-relâmpagos, em apenas seis os criminosos foram presos em flagrante.

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