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Patrimônio avalia prédios em frente à Pinacoteca

Criação de complexo imobiliário será analisada por órgãos de preservação

Projeto prevê lojas, cinemas, escritórios e apartamentos com prédios de até 20 andares no Brás

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Em meio a construções de alta relevância histórica como a Pinacoteca, o degradado bairro do Brás, no centro, vai ganhar um conjunto de lojas, hotel, cinemas, escritórios e apartamentos de R$ 140 milhões, com prédios de até 20 andares de altura.

Mas isso se os órgãos do patrimônio histórico concordarem. É que o Complexo Multiuso Tiradentes vai ficar bem em frente à Pinacoteca do Estado, entre o quartel da Rota e o Seminário de São Cristóvão, e a menos de 500 metros da estação da Luz e do Museu de Arte Sacra, todos bens tombados.

Se, por um lado, o projeto pode encontrar resistência para ser aprovado, por outro, especialistas acreditam que ele seria benéfico para levar desenvolvimento da cidade em direção à zona leste.

Os lançamentos nos antigos bairros industriais, a nova fronteira do mercado imobiliário, começaram na Vila Leopoldina, Barra Funda, Mooca e Tatuapé. Mas, desde 2009, Brás, Bom Retiro e Pari tiveram 12 prédios residenciais lançados, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).

São 2.832 novos apartamentos, enquanto entre 2007 e 2009 foram apenas 800 novas unidades.

"A tendência é acontecer o mesmo que aconteceu com a Mooca três anos atrás", diz Luiz Paulo Pompeia, da Embraesp.

MUDANDO A DIREÇÃO

Embora a região venha ganhando lançamentos, um empreendimento de R$ 140 milhões no Brás, como o do Complexo Tiradentes, significa uma "reversão na lógica de ter sempre a região Sudoeste como a área que recebe os grandes investimentos", diz a urbanista Nádia Somehk, da FAU-USP.

Ela é a relatora deste processo no órgão do patrimônio histórico paulistano.

Como o projeto deve ter uma aprovação mais complicada, devido à proximidade de tantos bens tombados, Somehk diz que vai propor que ele tramite de forma conjunta nas esferas federal (Iphan), municipal (Conpresp) e estadual (Condephaat) do patrimônio histórico.

BOM GOSTO

José Pedro Oliveira Costa, professor da FAU-USP e conselheiro do Condephaat, diz que um projeto desse porte, em uma região de grande relevância cultural, "é sempre preocupante".

Ele acredita, no entanto, que a renovação de áreas deterioradas seja desejável, "em princípio".

"[...] O volume [dos edifícios] deve ser considerado. Mas o principal é que sejam de bom gosto, com excelente arquitetura."

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