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Marido é suspeito de matar procuradora a facadas em casa

Babá diz que ouviu discussão de casal e se escondeu no banheiro; logo depois, ela achou a vítima esfaqueada

Ana Alice, 35, havia dito à polícia de Minas que era ameaçada por ele e pediu proteção; suspeito está foragido

SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

A procuradora federal Ana Alice Moreira de Melo, 35, foi morta a facadas, na madrugada de ontem, na casa onde morava, em um condomínio de luxo em Nova Lima, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.

O marido da procuradora, Djalma Brugnara Veloso, 49, é suspeito do crime. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça ontem à tarde, a pedido da Polícia Civil.

O casal estava se separando e Veloso tinha histórico de ameaças contra a mulher, segundo a polícia.

No dia 24 de janeiro, a procuradora relatou à polícia estar sendo ameaçada pelo marido e pediu proteção.

No dia seguinte, o juiz Juarez Morais de Azevedo, de Nova Lima, a pedido da polícia, proibiu Veloso de se aproximar a menos de 30 metros da mulher e dos dois filhos do casal, de frequentar locais públicos em que ela estivesse e de manter contato com a mulher por qualquer meio.

Apesar disso e de estarem em processo de separação, eles viviam na mesma casa.

Anteontem, um dia antes do crime, o juiz atendeu a um pedido da defesa da procuradora e mandou Veloso sair de casa. A decisão não chegou a ser comunicada a ele.

No mesmo dia, a delegada Renata Fagundes, da 4ª Delegacia de Nova Lima, intimou Veloso a depor no inquérito que apurava as ameaças relatadas pela mulher. A delegada começou a ouvir ontem as testemunhas do caso.

Na madrugada de ontem, o casal começou a discutir, segundo relato feito à polícia pela babá que cuida dos filhos do casal.

Ela disse ter se escondido no banheiro com as crianças e ligado para a polícia. Quando saiu do local, a procuradora já estava morta em cima de uma cama e Veloso não estava mais no imóvel.

Até a conclusão desta edição, Veloso estava foragido. O advogado dele, Guilherme Collen, disse que a orientação da família é que ele se entregue o mais rápido possível. Ele não falou sobre o crime.

Na locadora de veículos onde ele trabalha como gerente, ninguém soube informar seu paradeiro. O condomínio onde a família morava é luxuoso. As casas são avaliadas em R$ 4,6 milhões.

A Procuradoria-Geral Federal divulgou uma nota em que lamenta a morte da procuradora. Ana Alice atuava na Procuradoria Federal em Minas Gerais, tinha mestrado em direito ambiental, com passagem pela diretoria jurídica do Ibama.

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