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Victor Emanoel Folquening (1973-2012)

Jornalista e professor em Curitiba

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Há alguns anos, Victor Folquening decidiu mostrar que a Prefeitura de Ponta Grossa (PR) estava expulsando da cidade seus moradores de rua. Vestiu-se de mendigo e foi dormir na praça. Acabou sendo despachado de ônibus para a rodoviária de Curitiba.

Jornalista, publicou essa e outras histórias das quais se orgulhava, como a que revelava que trabalhadores rurais do PR estavam morrendo contaminados por agrotóxicos.

Em Ponta Grossa, sua cidade, trabalhou na "Gazeta do Povo" e como professor da universidade estadual. Também foi secretário de Comunicação na gestão do prefeito Péricles de Mello (PT).

Mestre em ciências sociais, fazia doutorado em ciências da comunicação. Mudou-se para a capital paranaense para lecionar. Deu aulas nas universidades Positivo, Curitiba e Unibrasil, onde coordenou o curso de jornalismo.

Em Campina Grande do Sul (PR), reformulou o jornal "União" e criou a coluna "Frio na Espinha", sobre histórias de assombração. Os textos fizeram tanto sucesso que passaram a ser usados por professores para estimular a criatividade dos alunos.

Era debochado e dono de um senso de humor muito sofisticado, lembra a namorada, Gabriela. Suas aulas de jornalismo, de tão naturais, pareciam mais uma conversa, diz ela, que foi sua aluna. Gostava de jazz e cinema.

Nos últimos tempos, achava que tinha engordado demais. Resolveu fazer exames médicos e começou a caminhar todos os dias. Na terça-feira, ia a pé a uma consulta quando, ao atravessar a rua, foi pego por um ônibus. Morreu aos 38. Não deixa filhos.

coluna.obituario@uol.com.br

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