Quartel histórico da Rota ganha restauro completo

O primeiro edifício especialmente construído com a função de alojar a polícia de São Paulo vai passar por um restauro completo, com a reconstrução de áreas em ruínas e demolição de "puxadinhos" que fogem do projeto original de 1892, do arquiteto Ramos de Azevedo.

Construído no bairro do Brás (centro), quando o lugar ainda era um descampado, o Quartel da Luz abriga hoje a Rota, com entrada pela avenida Tiradentes, e a Cavalaria, na segunda metade do quarteirão.

Foi construído quando os quartéis faziam jus ao nome, derivado do francês "quartier". Uma quadra de casas comuns era adaptada para alojar as tropas policiais.

A reforma programada para terminar até o final de 2013 é a primeira que fará o restauro total do complexo da Polícia Militar. O governo do Estado anunciou em dezembro um total de R$ 33 milhões para a execução das obras.

BELO E DESTRÍDO

Hoje, partes do edifício, especialmente da Cavalaria, como o prédio que abrigava o 4º Esquadrão (a escola da polícia montada), estão praticamente em ruínas e servem apenas como depósito de feno e equipamentos.

Do conjunto, esse prédio é o mais elegante, com seus dois pavimentos avarandados em toda a extensão.

Mas esse é também o prédio mais deteriorado. Há vazamentos no teto, umidade, e parte dos guarda-corpos originais, em ferro ornamentado, foi perdida.

Além disso, a vista do edifício a partir do pátio interno (onde fica o picadeiro de treinamento dos cavalos) foi parcialmente obstruída pela construção de um anexo.

Na reforma, esse anexo será removido, e as cocheiras do pavilhão Anjou, logo em frente, vão ser reconstruídas.

Há ainda partes do quartel que foram destruídas por um incêndio há três anos e que estão passando por restauro.

Como o edifício é tombado, o projeto da reforma ainda precisa ser aprovado nos órgãos do patrimônio histórico. Só então será preparada a licitação das obras, que também incluem a modernização do sistema elétrico e de transmissão de dados.

Com a reforma, os policiais esperam que o prédio retome a imponência original.

"Na época isso era um luxo. Quando um político de outro país visitava São Paulo, era hospedado nesse quartel", conta o capitão da Rota Cassio Araujo Freitas.