Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Em dia de sol, famílias começam a voltar para as ruas da região

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A analista Cleide de Aguiar, 56, mora há sete anos em frente à praça Princesa Isabel (centro de SP) e a menos de cinco minutos do trabalho.

Tinha tudo para ser uma paulistana a menos a usar carro. Com medo dos dependentes de crack, sempre preferiu o veículo à caminhada.

Situação semelhante vivia Maria da Conceição, 41. Ela criou dois filhos e agora um neto em um prédio da rua Helvétia. Devido à precariedade do entorno, dizia-se obrigada a pegar ônibus para se divertir no parque Buenos Aires (avenida Angélica).

PRAÇA, À NOITE

Exemplos de quem não saía na cracolândia não faltam. Mas isso começa a mudar na região que tem mais de 400 mil moradores. "Agora, até a noite vou à praça com meu marido. Está cheio de crianças", diz Cleide.

Não muito longe dali, na rua dos Andradas, já é possível encontrar até quem não mora na região, mas já se sente seguro para se sentar à mesa do bar e ouvir um samba.

"Quando saí de casa, não me imaginava ouvindo samba na cracolândia", diverte-se Acácia Coialo, 52, que vive em Santos (litoral de SP) e veio à capital paulista visitar a Pinacoteca do Estado.

Para alguns moradores, porém, essa sensação de segurança pode ser passageira.

"Realmente mais pessoas transitam por aqui. Mas tenho receio de que essa operação seja só para 'inglês ver' e político aparecer na mídia", diz Carivaldino Soares, 74.

Até sexta-feira, a operação na cracolândia havia realizado 245 prisões e 194 internações -números superiores à média mensal dos últimos dois anos.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.