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Dorival Teixeira Vieira (1915-2012)

Estudante e professor catedrático da USP

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O pai de Dorival Teixeira Vieira, ex-pugilista que abandonou o boxe para trabalhar como controlador de linha de trem, achava que o filho tinha que trabalhar, não estudar.

Mas, no colégio Caetano de Campos, ele teve uma professora que o estimulou a seguir na escola e até lhe deu de presente seu primeiro terno.

O paulistano, muito caxias, acabou se formando em psicologia, filosofia e economia. Concluiu o primeiro curso na USP no fim da década de 30.

Na universidade, onde lecionou -deu aulas de teoria dos preços para Delfim Netto, por exemplo-, chefiou o departamento de economia de 1947 a 1960. Tornou-se professor catedrático da USP.

A filha Luci lembra que o pai, por causa da artrite, não conseguia dormir à noite. Então, trabalhava de dia e estudava quando voltava para casa. É autor de mais de 20 livros, como "Evolução do Sistema Monetário Brasileiro".

Foi assessor da Fecomercio e participou da fundação do Sesc, de onde também foi assessor econômico por 30 anos. Coordenou a revista "Problemas Brasileiros".

Era exigente com os filhos, como conta Luci, e investia nos alunos quando via potencial neles. É descrito ainda como caseiro e amoroso.

Todo mês, deixava o salário com a mulher. "Acho que nem existe mais isso", brinca a filha. Também tocava violino, que abandonou.

Até seis anos atrás, dava palestras. Vivia em Piracicaba, em seu terceiro casamento. Teve quatro filhos -o mais velho morreu em 1963, num acidente de avião. Dorival morreu na quinta, aos 96, de falência de órgãos. Teve nove netos e nove bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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