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PMs e Exército se enfrentam em Salvador

Soldados usam balas de borracha contra quem tenta furar bloqueio à Assembleia, onde grevistas estão amotinados

Após decisão judicial, mulheres e crianças deixam o edifício, que, segundo o Exército, não será desocupado à força

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR
GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

Forças federais, grevistas da PM baiana e apoiadores do movimento protagonizaram ontem uma série de confrontos em frente à Assembleia Legislativa do Estado.

O local, onde grevistas se concentram, foi cercado pelo Exército, que tenta garantir a segurança no Estado após o início da paralisação, na terça da semana passada.

Trata-se da pior crise enfrentada pelo governador baiano, Jaques Wagner (PT).

O petista pediu à presidente Dilma Rousseff que tropas federais assumissem o controle do policiamento na capital para evitar a violência nas ruas, agravada pela falta de policiamento ostensivo.

No interior e na região metropolitana, a violência se espalha: ontem, um bando retirou crianças de um ônibus escolar e incendiou o veículo na vizinha Lauro de Freitas.

CENTRO NERVOSO

Em Salvador, houve quatro confrontos entre o Exército e PMs quando manifestantes que estão de fora do prédio da Assembleia tentaram entrar.

Entre rasantes de helicópteros, bombas de efeito moral foram detonadas e gás de pimenta foi lançado contra a multidão. Balas de borracha disparadas pelos militares feriram ao menos cinco pessoas, mas sem gravidade.

À noite, após determinação judicial, crianças e mulheres parentes dos PMs grevistas amotinados na Assembleia deixaram o prédio. Sitiados e armados, os grevistas diziam que resistiriam a tentativas de invasão. Eles estão sem luz e sem água. O Exército prometia que não faria a desocupação do edifício à força.

Cerca de 1.070 homens do Exército, da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, além de PMs que não aderiram à greve, estão mobilizados para a operação.

O Comando de Operações Táticas da PF é o encarregado de cumprir o mandado de prisão contra o líder dos grevistas, o ex-PM Marco Prisco.

Dentro da Assembleia, há cerca de 300 grevistas. Do lado de fora, grades de ferro foram instaladas pelo Exército. Cordões de isolamento formados por homens com metralhadoras e fuzis impediam a aproximação de todos.

"Não queremos que seja uma nova Canudos", disse a dona de casa Arlete Meireles, mãe de um PM amotinado.

A crise paralisou os Poderes do Estado. Servidores do governo, do Tribunal de Justiça e do Ministério Público foram retirados dos prédios onde trabalham, pois eles ficam ao lado da Assembleia.

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