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Cireno Brandalise (1922-2012)

Irreverente atacante do Atlético-PR

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Xingaram a mãe de Cireno Brandalise da arquibancada. O ponta esquerda, quinto maior artilheiro da história do Clube Atlético Paranaense, pulou o alambrado, agrediu o torcedor boca-suja e voltou para terminar a partida.

Por episódios como esse, sempre que se referiam a ele, usavam a palavra "irreverente", lembra o filho, Robinson.

Natural de Ponta Grossa (PR), era filho de um ferroviário. Na infância, brincava com bola de meia, encostada no dia em que ganhou do padrinho uma nova, de couro.

Começou a carreira no juvenil do Guarani de Ponta Grossa e foi chamado para integrar a seleção da cidade.

Segundo o filho, um olheiro do Corinthians levou-o para defender o time paulista, que tentou comprá-lo. Com a recusa do Atlético-PR, dono de seu passe, foi para Curitiba para defender o clube.

O camisa 11 jogou na equipe paranaense de 1942 a 1952. Ganhou três estaduais, fez 114 gols e foi um dos responsáveis pela fama do grupo de 1949, apelidado de Furacão devido a 11 vitórias seguidas.

Num clássico contra o Coritiba, arrumou confusão ao arrancar a toca do goleiro adversário -o jogo acabou cancelado. "Ele aprontava, queria ganhar", conta o filho.

Chegou a ir para a seleção brasileira, mas não esteve na relação dos que disputaram a Copa de 1950. Dizia que, se tivesse sido chamado, não teria desperdiçado alguns gols.

Depois de aposentado, foi tenente do Exército. Formado em direito, trabalhou como advogado da Caixa Econômica Federal por 37 anos.

Morreu na segunda, aos 89, de problemas cardíacos. Teve um filho e uma neta.

coluna.obituario@uol.com.br

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