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Análise

Ao ameaçar o Carnaval do Rio, greve acordou a cobertura no exterior

NELSON DE SÁ
ARTICULISTA DA FOLHA

Domingo, a CNN ainda estava em ritmo de "Carnivale". "Olhe os figurinos, a opulência, olhe aquelas penas", dizia a âncora, com cenas da "superfesta" no Brasil.

Foi só com as cenas do confronto de segunda, em Salvador, que a cobertura acordou. Do âncora da Fox News: "Vocês viram isso? São soldados atirando balas de borracha e avançando contra policiais que fizeram barricada".

Por fim, com o risco de greve também no Rio, a referência de Carnaval no mundo, veio a cobertura em peso.

O "New York Times" deu ontem longa reportagem, do Rio, destacando que o Carnaval não está só ameaçado, mas "ameaçador" ao turista. Na foto aberta na página 4 do jornal, funcionários de uma funerária colocam um corpo no caixão, em Salvador.

No "Guardian", "Preparativos para Carnaval do Rio são ofuscados por ameaça de greve". No "Financial Times", "Brasil desesperado para encerrar greve". No "Christian Science Monitor", "O Carnaval será cancelado?".

No Brasil, onde o ministro José Eduardo Cardozo "tem conversado com as emissoras para que a greve não seja noticiada com espalhafato", segundo a "Veja", a cobertura da maior emissora destacou ao longo de uma semana os saques, o vandalismo, a ilegalidade e, por fim, "exclusivo", as "conversas gravadas entre os chefes da greve".

Elas mostraram a articulação para levar a greve ao Rio e, segundo a Globo, que "o objetivo é prejudicar o Carnaval", transmitido por ela.

Ontem, greve anunciada, a emissora garantia à tarde que "todas as delegacias estão funcionando", que "14 mil homens do Exército estão de prontidão", que "o cordão do Bola Preta chegou a cancelar, mas voltou atrás e tem Bola Preta hoje à noite". Em suma, "a situação está tranquila, bastante tranquila".

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