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Mansões na praia adotam infravermelho anticrime

Kit de segurança é reforçado com vigias sob guarda-sol e múltiplo sistema de câmeras

Aparato é tentativa de conter onda de violência no litoral, região com mais homicídios no Estado

GIBA BERGAMIM JR.
ENVIADO ESPECIAL AO LITORAL NORTE

Sob sol do meio-dia, o segurança da mansão à beira-mar observa o movimento, protegido por um guarda-sol. Perto dele, câmeras miram o vaivém de banhistas e os aparelhos infravermelho detectam a passagem de eventuais "invasores" que se aproximarem da casa, na praia da Baleia, uma das mais chiques do litoral norte paulista.

Às vésperas do Carnaval, o litoral, que foi a região mais violenta do Estado em 2011, enfrenta um momento crítico. Não à toa o cenário acima é cada vez mais comum, especialmente em Juquehy, Baleia, Barra do Sahy e Maresias.

A violência faz turistas reforçarem a segurança. Das quatro cidades do litoral norte, só São Sebastião teve queda nos homicídios na comparação 2010/2011.

Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba tiveram alta.

Na Baleia, uma mansão instalou câmeras e infravermelho ao longo da viela ao lado do imóvel. Cercas elétricas completam o aparato, que inclui ainda um vigia 24 horas.

Ao longo da orla, homens de bermuda e radiocomunicadores ficam de plantão em frente aos portões das casas. São seguranças particulares, que se transferem para o litoral com os patrões nesta época do ano.

"Está todo mundo se prevenindo. Não tem como viver no paraíso. Na praia de Boiçucanga, o comércio inteiro tem [câmeras]", afirma Eder Ávila Castanho Monteiro, vice-presidente do Conseg (conselho de segurança) de São Sebastião. "A comunidade é parceira da polícia aqui."

Os cães de guarda também são comuns, segundo Eder. "Sempre tem um pit bull ou cão de outra raça nas casas."

Mesmo com a vigilância incrementada, há registros de assaltos a mansões de praia.

Em novembro passado, uma casa da família Civita, do grupo Abril, na Barra do Sahy, foi invadida por dois ladrões, que levaram tablets e celulares após fazerem moradores reféns. Dias depois, a dupla acabou presa.

CRACK

Para Maria Antonia Civita, que tem casa na Baleia e preside a ONG Verde Escola, a disseminação do crack tem relação direta com a violência. "São jovens que cometem furtos. Hoje, a droga chega diariamente. É um problema que se vê na capital e acontece aqui também", disse.

Segundo o comando da Polícia Militar, durante a temporada, cerca de mil PMs atuam nas quatro cidades, o dobro do policiamento normal.

"Os roubos diminuíram na Baleia, em Maresias e em Boiçucanga", disse o tenente-coronel Evandro Góes, responsável pelo litoral norte.

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