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Torcidas de futebol rivais testam PM no Carnaval

Escolas de samba do Corinthians e do São Paulo vão se enfrentar pela 1ª vez

Mil policiais militares, 920 guardas da GCM e 1.800 seguranças particulares reforçarão efetivo no sambódromo

NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em vez dos estádios de futebol, uma passarela de samba. Pela primeira vez, torcedores da Gaviões da Fiel, que representa o Corinthians, e Dragões da Real, do São Paulo, se encontram e competem no sambódromo paulistano.

O encontro dos rivais, no segundo dia de desfiles do Carnaval, será um teste para a equipe de segurança, que poderá ter que "driblar" possíveis conflitos de foliões apaixonados pelos times.

"Sempre temos a preocupação de separar Mancha [Verde, Palmeiras] e Gaviões. Mas agora teremos três agremiações, duas desfilando no mesmo dia", diz o major Waldir Pires, da Polícia Militar.

A preocupação aumentou depois que a Dragões ficou em primeiro lugar entre as escolas do grupo de acesso no último Carnaval, passando ao grupo especial.

Para dar conta do recado, a PM afirma ter feito reuniões com os diretores das três escolas desde novembro.

Ainda assim, Pires diz que é difícil manter o controle de parte da torcida, especialmente do lado de fora do Anhembi. "Marcam brigas até pela internet. São tecnologicamente avançados", afirma.

Mil policiais militares -220 a mais que no ano passado- vão ficar dentro e nos arredores do sambódromo. Outros 920 guardas metropolitanos e 1.800 seguranças particulares reforçam o efetivo.

Haverá revista em todos os portões e separação do público que torce para as duas escolas, como nos estádios.

As próprias torcidas avisaram os foliões para comprarem ingressos em setores específicos. A Dragões deve ficar nos setores F, G e H. Corintianos ficam no setor B, espaço tradicional do grupo, no lado oposto ao rivais.

Ônibus com os participantes das escolas também serão escoltados por carros da polícia em todo o trajeto.

A Folha apurou que haverá uma atenção especial para a Gaviões porque o enredo vai falar do ex-presidente Lula - o que pode incentivar a participação de políticos.

O presidente da torcida são-paulina, André Azevedo, diz não temer conflitos. "O público do Carnaval é diferente do que vai ao estádio."

Ele diz que o time desfilou no ano passado no mesmo dia que a Torcida Jovem, do Santos, e não houve problemas. "Vamos embora assim que termina o desfile."

Segundo a PM, a dispersão da torcida pode ajudar na segurança - enquanto a Dragões é a primeira a desfilar, às 22h30, a Gaviões é a sexta. A escola, que reúne a torcida corintiana, diz que "nada muda" em relação ao encontro.

Ao todo, 110 mil pessoas são esperadas para o Carnaval paulistano.

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