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No Rio, mais grevistas têm prisão decretada e movimento se divide

Um dos sindicatos anuncia que suspendeu paralisação; bombeiros fazem assembleia hoje

Folha constatou adesão à greve em parte das delegacias, que apenas atuavam em flagrantes e crimes violentos

DO RIO

No segundo dia da paralisação de bombeiros e policiais do Rio, o governo do Estado aumentou a pressão sobre os grevistas, que mostram sinais de divisão.

O comando do Corpo de Bombeiros anunciou que foi decretada a prisão de 11 líderes do movimento, sob as acusações de motim e incitação a ato ilegal.

Dos 11, oito haviam sido presos até o início da noite e levados para o presídio de Bangu 1 (zona oeste), onde também está o cabo dos Bombeiros Benevenuto Daciolo, detido na quarta-feira, quando voltava de Salvador.

Além disso, 162 bombeiros foram postos em prisão administrativa e responderão a processos disciplinares -incluindo 123 indiciados na sexta-feira e 39 que faltaram ontem ao serviço na Barra da Tijuca (zona oeste).

Na sexta, a Polícia Militar já havia anunciado a prisão de 17 PMs líderes da greve na corporação -11 com mandados expedidos pela Justiça e seis detidos em flagrante. Outros 129 PMs do Batalhão de Volta Redonda (sul fluminense) foram indiciados em inquérito policial militar.

A repressão começa a dividir o movimento. Em entrevista coletiva, o Sindpol, um dos dois sindicatos de policiais civis do Estado, anunciou ter suspendido a participação da greve até a quarta, quando fará uma assembleia.

Francisco Chao, diretor do Sindpol, alegou que os bombeiros estariam atuando fora do combinado, ao abandonarem postos na orla.

Representantes dos bombeiros confirmaram assembleia hoje em Copacabana.

A paralisação foi decidida na noite de quinta-feira, quando as três corporações rejeitaram o reajuste aprovado pela Assembleia. Com o aumento, o salário base de um soldado da PM e dos Bombeiros passou de R$ 1.277 para R$ 1.699. As categorias reivindicam piso de R$ 3.500.

A greve não prejudicou os desfiles de blocos de Carnaval. De manhã, o Imaginô? Agora Amassa saiu no Leblon. Guardas municipais e PMs fizeram a segurança. À tarde, o Simpatia é Quase Amor saiu em Ipanema.

A Folha constatou adesão à greve em parte das delegacias da Polícia Civil, que se limitavam a atuar em flagrantes e crimes violentos.

O presidente do Sindpol, Carlos Gadelha, chegou a reclamar de PMs e bombeiros: "Estamos levando essa greve nas costas. A Polícia Civil é a que mais se mobilizou".

O chefe do Estado Maior Administrativo da PM, coronel Robson Rodrigues da Silva, disse que adesão foi "pequena" e a situação nos batalhões é "tranquila".

O porta-voz da PM, Frederico Caldas, disse que "problemas pontuais" em cidades do interior (Campos, Itaperuna e Volta Redonda) foram resolvidos com o envio de policiais do Bope. Em Campos, o comércio reabriu, embora haja menos viaturas nas ruas.

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