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PM da Bahia e do Rio ganha dentro da média

Policiais baianos e fluminenses em início da carreira já recebem o valor médio pago na maioria dos Estados do país

Grevistas reivindicam piso nacional para a Polícia Militar, tema que está em discussão no Congresso Nacional

DE SÃO PAULO

Os menores salários pagos pelos governos dos Estados da Bahia e do Rio de Janeiro aos seus policiais militares estão dentro da média do país.

Na maior parte dos Estados, o policial em início de carreira recebe entre R$ 1.950 e R$ 2.650. Tanto baianos quanto fluminenses estão dentro dessa faixa.

Também se enquadra nessa situação a PM do Paraná, outra que ameaça greve.

No Rio, o valor foi alcançado na semana passada, quando a Assembleia Legislativa aprovou a proposta do governo do Estado de aumentar o salário base de um PM de R$ 1.277,33 (abaixo da média paga pela maior parte dos Estados) para R$ 1.669,33.

Além disso, eles ganham pelo menos R$ 350 de adicional por participar de programas de capacitação e R$ 100 de auxílio-transporte. A menor remuneração vai, então, a R$ 2.119,33. Insatisfeitos com o aumento, policiais iniciaram greve na sexta-feira.

Não existe um piso nacional -uma das reivindicações dos grevistas- e cada Estado adota um critério para definir o valor da remuneração.

O Congresso discute a PEC 300, que institui o piso salarial mínimo para os policiais militares em todo o país.

O projeto não estabelece um valor, que será definido posteriormente. Parte do pagamento seria bancado pelo governo federal.

Uma das bandeiras dos movimentos de PMs que articulam paralisações pelo país é a equiparação dos salários aos de Brasília, onde o menor pagamento é de R$ 4.600 (com gratificações). A remuneração dos policiais do DF é paga pela União.

Nos últimos meses, policiais do Ceará e do Maranhão pararam e conseguiram aumentos. Os do Rio Grande do Sul também, após protestos.

FALTA ESTRUTURA

Para José Vicente Silva Filho, secretário nacional de segurança no governo FHC, a questão salarial é só uma reivindicação entre tantas, como falta de material e autoritarismo de oficiais.

Citando os altos índices de violência do DF -o Mapa da Violência de 2010 aponta 34,2 homicídios por 100 mil habitantes, mais do que a média brasileira-, ele diz que salário maior não é suficiente para melhorar a polícia.

Para João Trajano, do Laboratório de Análises da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, os salários pagos no Rio são resultado da crise econômica e política que o Estado viveu nas últimas décadas.

Segundo ele, o baixo valor dificulta o recrutamento de bons quadros para a polícia.

Porém, em sua opinião, os baixos salários pagos "não justificam nem explicam os altos índices de corrupção na polícia fluminense".

EFETIVO

Além do maior salário, o DF tem a maior relação policial por habitante entre os Estados analisados, com 584 PMs por 100 mil pessoas. O Maranhão, com o sétimo pior salário, tem a pior relação: 115 PMs por 100 mil habitantes.

Para listar dados de MS, a Folha recorreu à associação de PMs do Estado, uma vez que o governo não deu forneceu essas informações até a conclusão desta edição. Os governos de AC e AL não informaram seus efetivos.

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