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Taxistas ilegais são acusados de agredir casal gay no Galeão

Homossexuais afirmam ter sido espancados após recusarem transporte; suspeitos negam

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Dois homens que trabalham com táxis ilegais no aeroporto Tom Jobim (Galeão), no Rio, foram presos na tarde de ontem causados de agredir um casal gay que se recusou a pegar o transporte oferecido.

Marcos Ribeiro da Silva, 41, e Rodrigo Alves da Silva, 31, que abordam passageiros que desembarcam e oferecendo-lhes táxis não credenciados, foram autuados sob suspeita de lesão corporal e tentativa de homicídio. Ficaram detidos na delegacia do aeroporto.

Eles agrediram o jornalista Dario Cocentino, 48, e seu companheiro, Cristiano Damasceno, 38, que foi internado no hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador, com suspeita de traumatismo craniano, depois afastada.

Deveria ter ficado em observação, mas, segundo o hospital, resolveu deixar a unidade ainda na noite de ontem.

Cocentino não foi hospitalizado, mas apresentava diversos hematomas no rosto e reclamava de dores nas costelas.

A agressão ocorreu após Alves abordar, no saguão, o casal que chegava de Natal e ia para Ipanema, onde mora.

Segundo o delegado Ricardo Lopes, da delegacia do Galeão, o casal rechaçou a oferta e, diante da insistência, recusou "de forma mais incisiva, de modo verbal ríspido".

Alves teria xingado os dois. "Ele disse: 'Estão estressadinhas. Vão embora, seu bando de veados'", afirmou Cocentino à Folha. Segundo ele, ao ouvir o xingamento seu parceiro reagiu, mas, de costas, ele não viu o que se passou.

"Quando vi, a confusão estava armada. Fui tirar o agressor de cima do Cristiano e veio um segundo homem e chutou ele, caído." Era Ribeiro da Silva, que foi detido pelos seguranças e levado à delegacia.

Alves fugiu e se apresentou depois na 37ª DP afirmando ter sido agredido no aeroporto. Os policiais contataram a delegacia do Galeão, que pediu que ele fosse transferido para lá.

Segundo o delegado Lopes, os dois presos, que já têm registros anteriores por agressão corporal e ameaça, afirmam que foram agredidos primeiro e que apenas se defenderam.

Os quatro envolvidos seriam encaminhados para exame de corpo de delito. Um juiz decidirá se os acusados continuarão presos ou responderão em liberdade.

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