Filho confessa à polícia ter matado a mãe em Perdizes

Seis dias após afirmar que a mãe havia sido morta ao tentar defendê-lo de um assaltante, o estudante Kléber Tadeu Galasso Gomes, 22, admitiu ontem, segundo a polícia, ter matado Magda Aparecida Galasso Gomes, 53.

A jogadora de vôlei Magda foi morta a facadas no sábado, em um apartamento onde eles viviam, em Perdizes, zona oeste paulistana.

Gomes, segundo o DHPP (departamento de homicídios), admitiu ter mentido ao dizer que ela havia sido morta a facadas quando se jogou na frente de um ladrão para evitar que fosse esfaqueado.

A confissão, ainda segundo os policiais do DHPP, aconteceu durante um interrogatório na tarde de ontem e que ocorreu na frente de um casal de tios do jovem.

Até a conclusão desta edição, a reportagem não havia localizado parentes ou o advogado de Gomes.

O estudante teve a prisão temporária (por 30 dias) decretada pela Justiça e passará esse período no 77º Distrito Policial (Santa Cecília).

Aos policiais, Gomes disse ter convidado um traficante que vendia drogas na zona oeste para ir até o apartamento e "dar um susto na mãe", que, nas palavras do filho, "pegava muito em seu pé".

Desde o dia do crime, Gomes dizia ter sido abordado por dois criminosos quando trafegava com seu carro pela rua Barra Funda. Na versão do rapaz, os assaltantes o ameaçaram e o levaram para casa, para roubar cartões de crédito e mais dinheiro.

Ao entrar no apartamento com o criminoso, dizia Gomes, sua mãe foi defendê-lo. Na terça-feira, o estudante chegou a ajudar o DHPP a fazer um retrato falado do assaltante. No mesmo dia, ele disse que o ladrão ficou cinco minutos no apartamento.

Ontem, o DHPP comprovou que esse conhecido de Gomes ficou entre 35 e 37 minutos no imóvel e passou a questionar o estudante.

Ao confessar o crime, Gomes disse que esse o traficante (ainda não identificado)teria dado a primeira facada no pescoço de sua mãe. Como a arma ficou presa, o estudante a puxou e acertou Magda pelo menos outras 16 vezes.

Segundo a polícia, uma cláusula contratual na compra do apartamento da vítima dizia que, caso Magda morresse, o imóvel seria quitado. Havia também um seguro de vida no valor de R$ 50 mil que tinha Kléber como beneficiário.