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Firmo Geraldo da Silva (1930-2012)

Motorista apaixonado por guiar

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O único que tinha carro em Panelas (PE) era o padre. Firmo Geraldo da Silva, vidrado em automóveis desde cedo, ofereceu-se para lavá-lo e, em troca, guiá-lo um pouco. Como muitos jovens tiveram a mesma ideia, um dia o veículo acabou dentro do córrego.

Por volta dos 17, Firmo foi para Recife tirar habilitação. Dizia que a prova, anual, era como um vestibular.

Aprovado, trabalhou como motorista de caminhão e chofer numa usina em Alagoas.

Quando adquiriu experiência, decidiu migrar para o Sudeste atrás de melhores condições. Em Santos, dirigiu ônibus municipal. Contava que sempre levava o jogador Pepe até os treinos do Santos.

Também fez linhas intermunicipais para São Paulo e Campinas antes de começar na refinaria Presidente Bernardes, da Petrobras, em Cubatão. Lá, ficou 26 anos.

Nos anos 50, casou-se com a sergipana Lourdes, que conheceu em Cubatão e a quem sempre chamava de "guria".

Depois de sair da refinaria, teve caminhão e foi sócio de uma distribuidora da Antarctica em Santo Anastácio (SP).

O filho Maurício, geólogo, conta que, devido à profissão, o pai acabou conhecendo todas as capitais do Brasil.

Nos últimos 25 anos, porém, decidiu se estabelecer em Itu, no interior paulista, onde se tornou taxista. Ficou conhecido no ponto da praça principal da cidade.

Trabalhou até seis meses atrás. Problemas na visão afastaram-no dos jornais que gostava de ler e do volante.

Tinha um enfisema (quando jovem, fumou muito). Morreu na sexta, aos 81 anos, de problemas pulmonares. Teve três filhos e quatro netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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