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'Foi uma 2ª tragédia para a família', diz prima de mulher morta pelo filho

Célia Galasso afirma que parentes ficaram chocados após rapaz de 22 anos confessar o crime

Segundo a polícia, jovem admitiu ter assassinado a mãe; Folha não conseguiu falar com seu advogado

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

"Foi uma segunda tragédia, um segundo choque para a família inteira. Isso em apenas seis dias. Até agora custamos a acreditar em tudo o que aconteceu."

É assim que a depiladora Célia Galasso, 53, tenta definir o assassinato de sua prima, a jogadora veterana de vôlei Magda Galasso Gomes, 53, e a descoberta de que o filho da vítima foi o autor do crime, segundo a polícia.

Executiva da Unilever por 32 anos, Magda foi morta a facadas há uma semana, no apartamento onde vivia, em Perdizes, zona oeste.

Até anteontem, parentes e polícia pensavam que Magda, jogadora de vôlei do Palmeiras, morrera ao defender o filho, Kléber Tadeu Galasso Gomes, 22, de um criminoso.

Estudante de direito, Gomes jogava basquete no Palmeiras e namorava uma estudante do 5º ano de medicina.

APÁTICO

"No velório e no enterro, pensávamos que o menino estava apático por estar em choque pela morte de mãe. Mas agora passamos a tentar entender como ele se manteve daquele jeito, bem distante o tempo todo", disse Célia.

"Ele demonstrava estar fora de si e todos nós fomos solidários. Foi um choque imenso saber que ele teve coragem para matar e se comportar daquele jeito", continuou.

CONTRADIÇÃO

Anteontem, ao prestar novo depoimento ao DHPP (departamento de homicídios), Gomes se contradisse sobre a dinâmica do crime no apartamento e não sustentou mais a versão de que um criminoso havia matado sua mãe.

O rapaz ajudou a polícia a fazer um retrato falado do criminoso, que, segundo ele, seria ligado ao tráfico de drogas.

Gomes disse à polícia que levou-o ao apartamento da mãe para "dar um susto" nela, pois, nas suas palavras, ela "pegava em seu pé".

Até confessar o crime, segundo a polícia, o estudante dizia ter sido vítima de um sequestro relâmpago. Nessa versão, um dos dois criminosos que o abordaram na rua havia o levado até o apartamento para conseguir mais dinheiro, e Magda, ao partir em defesa do filho, foi morta.

Logo após o crime, Gomes falou para os investigadores que esse criminoso ficou apenas cinco minutos no apartamento. Mas a polícia descobriu que esse homem passou entre 35 e 37 minutos dentro do apartamento de Magda; e de lá saiu tranquilamente.

Isso leva os policiais a acreditarem que Gomes o convidou a ir ao apartamento já com a intenção de apontá-lo como responsável pela morte.

PRISÃO

Após confessar ter matado a mãe, Gomes teve a prisão temporária (por 30 dias) decretada pela Justiça. Ele está na carceragem do 77º Distrito Policial (Santa Cecília).

A reportagem não conseguiu localizar seu advogado nem seu pai.

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