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William Palha Dias (1918-2012)

Um juiz que escreveu 19 livros

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Desde pequeno, em Caracol, município que conta atualmente com 10.212 habitantes no Piauí, William Palha Dias já gostava de ler. O interesse precoce pela literatura o faria escrever 19 romances.

Filho de um médico e órfão de mãe desde os três anos, morou em sua cidade natal até os 20. Saiu para estudar.

Na capital Teresina, trabalhou durante muitos anos como assessor técnico do DER, o Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí.

Aos 41 anos, formou-se em direito e advogou por um tempo antes de se tornar juiz.

Casado com a professora Maria das Graças desde 1951, trabalhou no interior, em cidades como Regeneração, Pedro 2º, Castelo do Piauí, Oeiras e Picos, onde se aposentou. Na época, era obrigado como juiz a ensinar educação moral e cívica em escolas.

Depois de aposentado, voltou a morar em Teresina. Com Caracol, porém, nunca perdeu a ligação. À cidade, fundada por seu avô, voltava sempre para visitar as irmãs.

Escreveu para jornais e ajudou a fundar a associação dos jornalistas do Estado.

Dos livros que escreveu, "Os Irmãos Quixaba" (1979), sobre a relação incestuosa entre dois irmãos acusados de matar o filho, acabou sendo recentemente adaptado para o cinema. Muito procurada, como conta a mulher, a obra já ganhou algumas reedições.

Nas comemorações de seus 90 anos, William lançou uma trilogia. Na Academia Piaui-ense de Letras, ocupava a cadeira de número quatro.

O escritor morreu na terça-feira (14), aos 93 anos, após sofrer uma parada cardíaca em casa. Teve seis filhos, 15 netos e seis bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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