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Carnaval 2012

Polícia vê confusão orquestrada no Carnaval

'Vários dirigentes de escolas de samba forçavam o portão quando houve invasão na apuração', afirma delegado

Liga nega acordo que, segundo presos, deu início a atos de vandalismo no Anhembi anteontem

RAPHAEL SASSAKI
MARINA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A polícia apura se os incidentes na apuração do Carnaval paulistano, anteontem, são parte de uma ação orquestrada.

"Para mim, foi orquestrada porque no momento do tumulto vários dirigentes forçavam o portão, quando ele [membro da Império de Casa Verde] entrou e pegou as notas", afirmou o delegado Mauro Marcelo de Lima.

A Liga das Escolas nega, mas, em depoimento, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, da Império, e Cauê Ferreira, 20, da Gaviões, afirmaram que havia acordo para que nenhuma escola fosse rebaixada.

Como o suposto acordo, que teria sido firmado após a insatisfação das escolas com a troca de dois jurados, não foi comunicado na apuração, a confusão começou.

Faria e Ferreira foram presos após invadirem a área de apuração quando faltavam só duas notas para que a escola campeã fosse conhecida. A confusão se alastrou na saída do Anhembi e um carro da Pérola Negra foi incendiado.

Em reunião antes da apuração, Mocidade, Vai-Vai, Mancha, Rosas, Camisa e Império votaram contra a manutenção de notas dos jurados trocados, mas foram vencidas. Daí teria saído o acordo, o que a Liga nega. "É coisa da cabeça dele. Trabalhamos com o regulamento", disse o presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira.

A polícia investiga se houve incitamento à confusão por parte das diretorias. "É difícil interpretar a invasão como ato de fúria dele [Faria]. Ele é bem relacionado na escola e faz parte informalmente da diretoria", disse o delegado Luís Fernando Saab.

Em imagens da TV Globo, dirigentes de algumas escolas aparecem com Faria indo ao local de apuração. Ontem à noite, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves disse já ter identificado seis dirigentes envolvidos na invasão. Eles são da Império, da Vai-Vai, da Camisa Verde e Branco e da Gaviões da Fiel. As agremiações negam envolvimento.

Ambos os detidos foram indiciados sob suspeita de danos ao patrimônio público e supressão de documentos e estão presos no CDP 2 de Pinheiros.

Anteontem à noite, a Mocidade foi declarada campeã.

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